A Band dará início à segunda temporada do “Pesadelo na Cozinha”, apresentado pelo chef Erick Jacquin, a partir desta terça-feira (27), às 22h45. O reality show, cujo objetivo central é resgatar o sonho de vida das pessoas que por algum motivo perderam a mão dos seus negócios, vem como uma opção no horário nobre.
Na última semana, Erick Jacquin, o diretor do programa, Maximiliano Solla, e o diretor de conteúdo da Band, Patricio Díaz, responderam às perguntas dos jornalistas que estiveram na coletiva, que aconteceu dentro do restaurante do jurado do “MasterChef Brasil”, o Le Bife, em São Paulo.
O francês evitou escolher entre um dos programas. “A diferença entre ‘Pesadelo’ e ‘MasterChef’: quando se faz o ‘MasterChef’, que estou super acostumado – estou do lado da Paolla [Carosella], com meu amigo [Henrique] Fogaça – é um prazer gigante, eu adoro. Eu não sei mais, hoje, se sou o cozinheiro que faz televisão ou se o homem que faz televisão e que cozinha. Não sei mais de qual lado estou, mas eu adoro os dois. Eu não me imagino fazendo só um dos dois e nem imagino fazer o ‘MasterChef’ sem Paolla e sem Fogaça – e Ana Paula Padrão que é nossa patroa“, disse o chef.
“A diferença com o ‘Pesadelo’ é que temos que construir uma coisa. A gente tem uma equipe de gastronomia, arquiteto, pedreiro, pintor, eletricista, faxineiro e gente que me segura, como o Max [Solla, diretor do programa]. Todas as pessoas da equipe que procuram fazer o melhor. É uma construção gigante. Eu sempre falo da rapidez dessa mudança é extraordinária. A gente pega um restaurante que está na UTI e levantamos ele de uma forma fantástica em cinco dias. Essa é a grande diferença do ‘MasterChef’ e a minha preocupação. Será que eles vão se preparar para reabrir o restaurante no dia que for passar na televisão?“, questionou.
Jacquin prosseguiu explicando como orienta os donos de restaurantes que participam do “Pesadelo na Cozinha”. “A minha conversa com eles é intensa par que eles se preparem para quando forem passar na televisão, explodirem de clientes. A sorte não é a participação no programa, a sorte é no dia que o programa for passar na TV. Eles irão lotar no dia seguinte. E não sei se eles terão consciência disso“, comentou.
Sobre o “MasterChef Brasil”, Jacquin ainda fez algumas revelações dos bastidores do programa da Band. “O ‘MasterChef’ eu amo de paixão. Às vezes, eu chegou lá até de peruca. Eu amo estar lá e brincar com as pessoas“, confidenciou o cozinheiro.
Patricio Díaz salientou a importância do formato do “Pesadelo na Cozinha” no cenário gastronômico e na tela da Band. “Eu acho o formato do ‘Pesadelo’ sensacional. Eu sou fã do programa. Já era fã do programa antes de fazer o ‘MasterChef’, de conhecer o Jacquin e toda a turma – [Patricio era diretor do ‘MasterChef Brasil’ antes de se tornar Diretor Artístico da Band] – e complementando um pouco o que Jacquin falou, acho o ‘Pesadelo’ um resgate onde o chef e sua expertise vai a um restaurante que está em crise e, em pouco tempo, faz uma enorme transformação. Claro que há outros quesitos – emocionais e pessoais envolvidos -, mas ele vai dar um ajuda em um programa que está em crise“, explicou.
“A diferença é que o ‘MasterChef’ é um programa de talentos em que as pessoas procuram, individualmente, ir atrás de um sonho. O ‘Pesadelo’ é, do outro lado, pessoas que estão em um momento muito difícil em que chega uma pessoa para dar uma terapia forte. Às vezes, não é para se ter, mas é útil e acaba dando certo. É um programa muito emotivo, pois todo mundo já teve momentos de crise e a gente fica com a pessoa neste momento difícil. Eu acho que são produtos totalmente diferentes e ambos têm muito a contribuir para a grade da Band“, falou.
Gravações turbulentas
O diretor do programa, Max Solla, contou alguns detalhes do “Pesadelo na Cozinha” e revelou como a atração é gravada. “O ‘Pesadelo’ é gravado um episódio por semana. A gente entra no domingo para armar a estrutura com todas as seis câmeras – 4 robóticas e 2 Engs (Electronic News Gathering) – e montamos um switcher (pequeno estúdio) dentro do restaurante, que também é um problema para arrumar espaço, e temos toda a comunicação com a produção, com Jacquin e as câmeras para monitorar tudo o que está acontecendo“, começou o diretor.
“Nós temos uma escaleta que precisamos cumprir e de segunda à sexta, gravamos um episódio. Segunda e terça são os dias mais estressantes, pois é quando o chef degusta e conhece a cozinha, no primeiro dia, e como foi foi feita a comida que ele comeu”, contou. “É nesse dia que temos um grande problema, pois conhecemos a cozinha do restaurante, o que gera um grande ‘vômito’, pois ele conhece como foi preparada a comida que ele comeu e a forma como foi feita“, entregou Max.
“No segundo dia, é mais para ver o serviço e ele prepara um prato para a equipe do restaurante tentar fazer, pois muitos estabelecimentos não têm criatividade para criar um prato, então nesse dia, ele se envolve. Na quarta-feira a gente sai do local para começar a mudança real. Na quinta, entregando o cardápio e o restaurante novo e na sexta é a reabertura do restaurante com gravações o dia inteiro“, disse Max Solla.
Análise pessoal
Respondendo às perguntas da imprensa, Erick Jacquin explicou que o reality tem por objetivo ajudar as pessoas que tiveram seus sonhos, mas que, por alguma forma, derraparam na administração do negócio, seja por má gestão ou outros fatores que interferem diretamente na manutenção do restaurante, como relacionamento pessoal. Indagado sobre quais erros cometeu em seus restaurantes e que culminou com o fechamento dos estabelecimentos, o chef demonstrou irritação sobre o assunto.
“Não tem nada a ver. Eu não cometi nada de errado. Se eu fizesse tudo que eu fiz em minha vida, faria tudo de novo. Eu vou responder o seguinte: quando falei que ia abrir um restaurante, vou reabrir porque a Lei Trabalhista mudou. Uma evolução de um país que precisa dessa evolução. Segundo, minha mulher olhou para mim e disse que não queria que eu abrisse um restaurante. Eu disse que queria porque tinha dois bebês… Minha vida é cozinhar. Eu vou abrir um restaurante para poder trabalhar só à noite, pois tenho que trabalhar com Pato [Patricio Díaz], Max [Solla] e Marisa [Mestiço]. Eu quero ser presente no meu restaurante e devo abrir só sábado e domingo no almoço, porque não tem gravação“, explicou o chef.
“Minha mulher me fez jurar que todo mundo irá pagar [as contas] no restaurante. Ela disse pra eu parar com champanhe com caviar nos restaurantes para os amigos, pois dá muito prejuízo. Se eu não tivesse prometido, não abriria“, completou Jacquin.
“A gente não pode oferecer a única coisa que a gente sabe fazer. O que eu sei fazer é cozinhar, então, a gente não pode oferecer isso”, disse o francês. Complementando o apresentador, o diretor do “Pesadelo na Cozinha”, Max Solla, falou: “Teve um participante do ‘Pesadelo’ que disse para ele [Jacquin]: ‘Quem é você para me dar conselho se você falhou no restaurante?’. Jacquin, então, com muita dor eu acho, respondeu: ‘Justamente, porque eu falhei em um restaurante, eu sou a pessoa indicada para te dar conselho“.
Pesadelo ou uma luz no fim do túnel?
O diretor de conteúdo da Band, Patrício Díaz, conversou com exclusividade com o RD1 e revelou algumas novidades que virão na programação da emissora.
Díaz contou que o “Pesadelo na Cozinha”, que estreia nesta terça-feira (27), às 22h45, não será um “tapa-buraco” na grade da emissora, após o término do “MasterChef Brasil 2019”. De acordo com o diretor, Erick Jacquin vai comandar a segunda temporada do “Pesadelo” e, simultaneamente, estará na 11ª do “MasterChef”.
“O ‘Pesadelo na Cozinha’ não será um programa na entressafra do ‘MasterChef Brasil’. Vai ter mais ‘MasterChef Brasil’ com ‘Pesadelo’. São dois produtos independentes. Eu acho o ‘MasterChef Brasil’ é um show de talentos de pessoas que querem mudar de vida em busca de seu sonho e onde os protagonistas são pessoas normais. É outra pegada e os participantes entram em uma competição conjunta. Coletiva“, afirmou Díaz.
“O ‘Pesadelo’, por outro lado, é auto-conclusivo, pois se trata de um estabelecimento que têm seus donos, sócios, que às vezes são familiares, amigos, enfim, tudo isso tem uma trama e uma densidade de amizades e relacionamentos, geralmente pesada, e que traz uma crise por trás que pode ser financeira por causa de funcionamento, de relacionamentos. Eu acho que são duas coisas diferentes. Eu falei que sou fã dos dois formatos, mas que sou muito mais fã do formatos dos brasileiros, porque o Jacquin tem uma sensibilidade singular para fazer este formato“, finalizou.
Reuber Diirr é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Integrante do 17º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta (Globo ES), teve passagens pela Record News ES, TV Gazeta ES e RedeTV! SP. Além disso, produz conteúdo multimídia para o Instagram, Twitter, Facebook e Youtube do RD1. Acompanhe os eventos com famosos clique aqui!