Por reeleição, Bolsonaro deixa briga de lado e eleva em 75% gasto com publicidade na Globo

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Bolsonaro tem destinado mais dinheiro para a Globo em ano eleitoral (Imagem: Reprodução / RedeTV!)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) faz ataques recorrentes à Globo e até já ameaçou tirar a concessão pública da emissora. No entanto, no ano em que tenta a sua reeleição, o político aumentou em 75% o gasto com publicidade de janeiro a junho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021.

Pré-candidato, o político tem utilizado o espaço institucional na mídia para divulgar obras e programas realizados nos últimos quatro anos. No primeiros seis meses do ano passado, a Globo recebeu R$ 6,5 milhões em valores líquidos pagos por materiais publicitários de televisão veiculados em âmbito nacional e regional.

No entanto, segundo informações do UOL, entre 1º de janeiro e 21 de junho deste ano, observa-se aumento de 75% (R$ 11,4 milhões). Os dados são da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência), órgão responsável pelas contratações na área de publicidade e propaganda do governo.

Na TV, o Palácio do Planalto deu prioridade às campanhas institucionais, ou seja, as que mostram os feitos da gestão que ajudam a inflar a popularidade do presidente.

A publicação ainda fez um estudo que mostra que, em 2021, a Secom havia comprado espaço na Globo para 46 inserções publicitárias categorizadas como “utilidade pública” e apenas dez para materiais institucionais. Já de 1º de janeiro a 21 de junho deste ano, são 72 campanhas institucionais na maior emissora do país e apenas duas, “utilidade pública”.

Globo supera as concorrentes bolsonaristas

O UOL ainda afirmou que o valor investido em publicidade na Globo (R$ 11,4 milhões) em 2022 representa 41% do montante total destinado à compra de espaço publicitário na emissora (R$ 27,5 milhões) em quatro anos de mandato.

Antes, cabe lembrar, Bolsonaro dava preferência para as outras empresas de comunicação. Neste ano, porém, a emissora carioca recebeu mais dinheiro do que a Record e o SBT, que contam com a simpatia do atual governo.

Somados, os cinco maiores canais da TV aberta (Globo, SBT, Rede TV, Record e Band) receberam em 2022 montante de pouco mais de R$ 33 milhões — maior valor desde 2019, ano em que Bolsonaro assumiu o comando do Executivo federal.

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