Programa do Ratinho é acusado novamente de homofobia e associação toma atitude

O Programa do Ratinho está novamente no centro de uma polêmica. Desta vez, a atração do SBT foi acusada de crime de ódio contra a população LGBTQIAP+, após a exibição de piadas consideradas homofóbicas durante o programa de terça-feira (1).

Programa do Ratinho
Programa do Ratinho é alvo de acusação (Imagem: Reprodução / SBT)

A denúncia partiu da Associação dos LGBT+, presidida por Agripino Magalhães, que acionou o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para investigar o caso.

No quadro exibido, os humoristas Robson Bailarino e Faxinildo trocaram falas ofensivas ao se referirem a homens afeminados como “boiola” e “baitola”, gerando risos da plateia.

O apresentador Ratinho não interrompeu o diálogo, o que também gerou críticas da associação, que considera a atitude uma forma de reforçar estereótipos e preconceitos.

Segundo o documento apresentado ao MP-SP, os apresentadores “fizeram joça do movimento LGBT+, demonstrando escárnio e repulsa das pessoas que integram esse grupo tão sofrido e discriminado, provocando risos, chacotas e aprovação dos seus fãs, assim fortificando um comportamento social tão reprovável e análogo ao racismo”.

A representação pede que o Ministério Público ofereça denúncia criminal e ainda solicita à Justiça a retirada dos trechos ofensivos do ar, além da suspensão do programa nas plataformas digitais.

Vale lembrar que essa não é a primeira vez que Agripino Magalhães aciona judicialmente o Programa do Ratinho. Em 2023, o apresentador foi alvo de outra denúncia após fazer declarações contra a Parada LGBT+ de São Paulo.

O que Ratinho fala sobre caso?

Em nota, a assessoria de Ratinho afirmou que o programa tem caráter humorístico e que não houve intenção de ofender a comunidade LGBTQIAP+. Já o SBT não se manifestou até a publicação desta matéria.

De acordo com a Lei de Racismo (Lei 7.716/1989), a homofobia e a transfobia são equiparadas a crimes de racismo, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o que torna passíveis de punição atitudes que incitem o ódio contra a comunidade LGBTQIAP+.

Organizações como a Aliança Nacional LGBTI+ também defendem que programas de grande audiência precisam repensar suas piadas e conteúdos para não perpetuar discursos de ódio que impactam negativamente grupos vulneráveis.

O caso segue sob análise do Ministério Público de São Paulo, que ainda deve decidir se apresentará denúncia formal contra o apresentador e sua equipe.

Luiz Fábio Almeida
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Luiz Fábio Almeida

Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]