Record acusa a Globo de perseguir Crivella, sobrinho de Edir Macedo

Crivella
Record acusou a Globo de perseguir Marcelo Crivella (Imagem: Reprodução / Globo)

Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro, recebeu o apoio da emissora do seu tio Edir Macedo, a Record, após a polêmica entrevista coletiva em que empurrou vergonhosamente uma repórter da Globo. O canal do bispo acusou o da família Marinho de perseguição.

Crivella afirmou que a Globo era contra o Rio de Janeiro e chamou de “corriqueiros” os problemas de trânsito atuais do Rio de Janeiro. Por meio do seu portal, o R7, o Grupo Record acusou a emissora carioca de cortar falas do prefeito.

Na matéria, a Record afirmou ainda que a Globo levou o telespectador “a pensar que o prefeito trata a chuva e as mortes como problemas corriqueiros, sem importância — o que não é verdade”.

Em seguida, o canal de Edir Macedo divulgou a nota completa da prefeitura do Rio de Janeiro em que repudiou a atitude da Globo.

“NOTA DE REPÚDIO

A Subsecretaria de Comunicação Governamental da Prefeitura do Rio de Janeiro vem a público manifestar surpresa e repúdio à linha editorial da TV Globo na cobertura dos efeitos das chuvas que castigaram a Região Metropolitana nos últimos dias:
1)            De forma desrespeitosa, os jornalistas da TV Globo têm dirigido perguntas ao prefeito Marcelo Crivella, na tentativa de pôr na boca do prefeito declarações que não foram feitas pelo alcaide;
2)            A TV Globo tem faltado ao respeito com milhões de cidadãos cariocas, que passam horas do dia assistindo a um simulacro das ações do governo municipal, que sozinho luta para recuperar a infraestrutura de uma cidade que há décadas não recebe investimentos suficientes;
3)            É importante destacar que os milhões de reais que a TV Globo recebeu de publicidade para divulgar ações marqueteiras da gestão anterior seriam mais do que suficientes para concluir as obras nas 31 comunidades, paralisadas ainda na gestão passada;
4)            A verdade é que as Organizações Globo têm sangue nas mãos. Os mais de R$ 170 milhões recebidos da gestão passada, para divulgar o “Sonho Olímpico”, poderiam ter salvado vidas de pessoas que, lamentavelmente, nos deixaram, por falta de recursos que hoje não temos;
5)            Esses mesmos inquisidores (que não podem ser chamados de jornalistas), que hoje se arvoram em condenar uma administração que herdou uma cidade quebrada, não viram os desmandos de anos que levaram o Estado e a Cidade do Rio à bancarrota?
6)            O Rio estava com suas contas comprometidas, desde  2016, como mostra o extenso voto do conselheiro do TCM, Ivan Moreira. Em sua exposição, “destacou pontos frágeis como a municipalização dos hospitais Rocha Faria e Alberto Schweitzer, que contribuiu sobremaneira para o déficit orçamentário verificado; a não adoção de ações sanativas para a situação do Funprevi; e os cancelamentos de empenhos, entre outros”, está escrito no site do TCM;
7)            E sabe por que os jornalistas das Organizações Globo não viram isso? Porque muitos deles recebiam polpudas remunerações por palestras encomendadas pelo ex-presidiário Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio-RJ e que hoje tem que explicar os desvios de milhões de reais;
8)            Matéria do site “Intercept”, de 9/11/2017, traz a lista de alguns desses valorosos e independentes jornalistas. Detalhe: alguns são apresentadores de Telejornais da TV Globo e que hoje cobram do prefeito Marcelo Crivella a aplicação de recursos. Caso consciências tivessem, devolveriam esse dinheiro aos cofres do Sistema S, que vive de subsídios que fazem falta aos gestores públicos;
9)            Esse linchamento público voltou a acontecer hoje (11/4).  Em entrevista coletiva, no Palácio da Cidade, o prefeito falava sobre as medidas já tomadas para trazer o município, em especial na área de trânsito, ao seu ritmo normal. De forma imperial, a repórter tratou o prefeito como se este estivesse em um tribunal e não numa entrevista coletiva. Vejam a batalha:

Repórter: Agora prefeito a cidade está parada ainda…
PREFEITO: não, não está parada…
Repórter: esperando para retomar, as pessoas estão demorando para chegar…
PREFEITO: não, não, não…
Repórter: Tem sete pontos de interdição ainda
PREFEITO: começa a sair, como se fosse encerrar a coletiva “Obrigado, obrigado”
Repórter: As pessoas têm realmente pressa de chegar…
PREFEITO volta: É impressionante como a Rede Globo faz campanha contra mim, não é contra mim não. A cidade não está parada, a cidade está se movimentando, a única cidade…
Repórter interrompe: Prefeito, desculpa, as pessoas têm pressa para retomar suas vidas…
PREFEITO tenta continuar: “A única, a única…
Repórter insiste: O senhor me permite
PREFEITO: Eu vou permitir. Mas é impressionante, é impressionante como vocês fazem oposição, não a mim, mas ao Rio de Janeiro…
Repórter: Prefeito, o senhor está enganado (interrompe de novo)…
PREFEITO: Não estou enganado não…
Repórter: Nós estamos reproduzindo o que as pessoas estão encaminhando pra gente. O senhor me permite…
PREFEITO:  Você acabou de fazer a pergunta? Eu quero saber, se você acabou de fazer a sua pergunta?
Repórter: Sim, a minha pergunta é essa: o senhor não acha que tem uma demora?
PREFEITO: Quer fazer outra? Eu posso responder? É impressionante como a Rede Globo de televisão é absolutamente contra a cidade do Rio de Janeiro. É a televisão que anuncia o tempo todo os problemas do Rio, que faz drama sobre coisas corriqueiras que acontecem na nossa vida desde que eu nasci aqui (falando sobre a retomada do ritmo da cidade).
Repórter: O senhor acha que o que aconteceu foi um drama corriqueiro? Perdão prefeito, o senhor acha que o que aconteceu, a pior chuva em 22 anos, foi um drama corriqueiro?
PREFEITO: A cidade do Rio de Janeiro, a cidade do Rio de Janeiro…
Repórter insiste: dez pessoas mortas?
PREFEITO: Não, não, não, não vou falar com você, me dá licença, é um direito que eu tenho. A cidade do Rio de Janeiro, desde a minha infância, sofre problemas no trânsito. Esses que eu disse são corriqueiros. São problemas que a gente enfrenta porque temos dificuldades com a nossa topografia. Nós somos uma cidade com muitas montanhas, com muitos túneis, com vias estreitas e temos sim problemas com o trânsito. É claro que os desabamentos, que nós já temos uma Geo-Rio de 50 anos, procuramos evitar, mas nem sempre conseguimos. Lamentamos profundamente nossas tragédias. Agora é preciso aprender com elas e não fazer campanha política, não fazer exploração, o que a Globo quer é dinheiro   na sua propaganda, o que ela quer é que a gente faça uma festa no carnaval e ela possa vender R$ 240 milhões com a Prefeitura pagando todo o carnaval. Isso está errado. Então, o que elas fazem é chantagem, é chantagem, isso não tem nada a ver com interesse da cidade. E seguramente não vão colocar isso no ar.

10)         Não vamos ceder a pressões financeiras de um grupo de mídia que insiste em editorializar a cobertura sobre as chuvas, deixando de lado a prestação de serviço público, informação e orientação à uma população tão sofrida como a carioca.”

Record chama de golpe impeachment contra Marcelo Crivella, sobrinho de Edir Macedo

Marcelo Crivella (PRB) encontrou um aliado poderoso para garantir a sua permanência na cadeira de prefeito do Rio de Janeiro: a Record. A emissora de Edir Macedo, tio do prefeito, declarou guerra contra a Câmara Municipal e chamou o pedido de impeachment de golpe.

Ao contrário da isenção e imparcialidade como manda o bom jornalismo, a Record causou contra o pedido de impeachment de Crivella. “Golpe Municipal: Câmara vota hoje pedido de impeachment de Crivella”, informava o GC do “Balanço Geral” do Rio de Janeiro. A Record, vale ressaltar, apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

“Pode até deixa a palavra ‘Golpe’. Só ajeitar rapidão… ‘Golpe na Corrupção: Câmara Municipal do Rio começa batalha por impeachment de pastor prefeito’”, disparou um internauta. “Cara, isso devia ser motivo para essa TV perder a concessão. É evidente que eles fazem jornalismo pró-prefeito pastor”, enfatizou um usuário do Twitter.

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