A Record apostou no presidente Jair Bolsonaro (PL) no último domingo (23) com uma entrevista chapa-branca de olho na reeleição do atual mandatário do país. Por uma hora, o político promoveu ataques contra o ex-presidente Lula (PT) e discursou por minutos sem fim, sem qualquer imposição do canal. O mesmo não foi dada a Fernando Haddad (PT).
VEJA ESSA
Antes da entrevista com Bolsonaro, a Record convidou Haddad e Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o confronto direto no estúdio, em debate antes do 2º turno. A emissora cancelou o encontro por questões de agenda dos candidatos.
No entanto, o petista não apenas negou o problema como garantiu que estaria presente no evento caso o mesmo fosse confirmado. Tarcísio de Freitas, por sua vez, negou a possibilidade sob pretexto de sua agenda de compromissos.
Tarcísio não participou de encontros na TV Cultura e no SBT, mas os dois canais deram espaço de uma hora a Fernando Haddad. A Record ignorou a possibilidade e o público ficou sem nada, o que, de forma indireta, beneficiou o candidato do Republicanos, líder nas pesquisas.
Lembrando que a Igreja Universal do Reino de Deus, liderada pelo bispo Edir Macedo, dono da Record, estreitou laços com o Republicanos ao longo dos últimos anos, inclusive com a candidatura de nomes ligados ao canal, como Celso Russomano.
Record muda o tom com Bolsonaro
O mesmo tratamento não foi dado a Bolsonaro. A emissora paulista promoveu uma entrevista com o presidente sem a participação do seu principal adversário. Logo no início, Eduardo Ribeiro deu munição ao “capitão” e perguntou o que ele gostaria de perguntar a Lula.
A entrevista durou 1 hora e 21 minutos e ocupou o espaço do Domingo Espetacular, a faixa de maior audiência da emissora no dia.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].