A Record está se preparando para transmitir o Brasileirão em 2025. Ou melhor, quase pronta. A emissora confirmou que exibirá alguns jogos do campeonato, mas ainda precisa resolver um problema fundamental: sua abordagem ao esporte.
Nos últimos anos, a Record tem se concentrado em transmissões pontuais, como o Paulistão e o Campeonato Carioca, mas não mantém um compromisso regular com o público esportivo. Isso se reflete na ausência de programas dedicados ao futebol em sua grade, ao contrário do que fazem a Globo e a Band.
Enquanto a Globo mantém uma estrutura robusta para cobrir o futebol, com jornalistas especializados e programas como Globo Esporte, a Record não investe no mesmo nível. Seus telejornais mal dão espaço ao futebol, e a emissora paulista não parece ter uma estratégia clara para cativar o público apaixonado pelo esporte.
O RD1 já ouviu rumores de que a Record planeja lançar um formato semanal para cobrir o futebol, mas isso soa mais como um “mimo” do que uma dedicação séria. A comparação com a Band, que há anos se dedica ao esporte com programas diários e análise aprofundada, é inevitável. Mesmo sem transmitir os maiores campeonatos, a empresa se estabeleceu como uma referência na cobertura esportiva, algo que o canal da Barra Funda ainda precisa alcançar.
O desafio do Brasileirão 2025
Em 2025, a Record transmitirá 38 jogos da Liga Forte União (LFU), que reúne clubes como Corinthians, Vasco, Fluminense e Cruzeiro. A Globo, por sua vez, ficará com os jogos em que os times da Libra forem mandantes. Esse cenário divide os direitos entre as duas emissoras, mas a Record enfrenta um desafio maior: construir credibilidade junto aos torcedores.
Se a Record realmente deseja “roubar” o espaço da Globo no futebol, precisará de mais do que apenas transmissões. A Band, por exemplo, mantém um compromisso diário com o esporte, com programas como Jogo Aberto e Os Donos da Bola, que discutem futebol com profundidade e constroem uma base fiel de telespectadores.
A transmissão na Record
No próximo ano, a Record terá 30 jogos aos domingos, a partir das 18h30, e oito às quartas, às 20h. Além disso, os jogos também serão transmitidos pela CazéTV, no YouTube, e pelo Prime Video, da Amazon, ampliando o alcance das partidas.
No entanto, transmitir o Brasileirão não será suficiente para que a Record alcance o patamar da Globo ou da Band. A emissora precisa de um compromisso maior com o futebol e seus fãs, oferecendo uma cobertura constante e respeitosa, algo que a Band tem feito por anos.
Se a Record quer mesmo ser “a nova Globo” no esporte, o caminho passa por investir na seriedade e consistência que o público torcedor exige.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]