Paulo Gustavo morreu no último dia 4 de maio e causou comoção nacional, mas semanas depois, na tarde desta segunda-feira (17), o público foi surpreendido com uma aparição sua inesperada na tela da Record.
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Na ocasião, a emissora exibia a estreia da reprise de Prova de Amor, gravada em 2005, e levou ao ar uma cena na qual o humorista fazia uma participação especial vestido de mulher, em meio à uma festa de Carnaval.
Em cena, a personagem de Bianca Rinaldi se dirigia ao hospital para dar luz aos filhos e a aglomeração impedia que o táxi prosseguisse. O personagem de Paulo Gustavo, então, ironiza a situação e segue se divertindo.
Nas redes sociais, a cena deu o que falar. “Paulo Gustavo fazendo figuração no primeiro capítulo”, comentou uma pessoa. “Figurante não tem fala. Ele fez parte do elenco de apoio”, rebateu outra.
“Paulo Gustavo fez #ProvaDeAmor e arrebentando! Que ator foda”, apontou mais uma internauta. Vale lembrar que o ator morreu depois da luta persistente contra a Covid-19, aos 42 anos de idade.
Dias depois, o estilista Rogério Espírito Santo trouxe um registro raro, que mostra que o saudoso ator já militava pela causa há décadas.
No Facebook, o artista lembrou a capa protagonizada por Paulo e Fabio, seu namorado na ocasião, na 44ª edição da revista Sui Generis, que apoiava a causa LGBT (antes chamada GLS):
“Quando eu estava na missão de encontrar alguém pra fazer essa capa da Sui Generis, conheci o Paulo Gustavo. Eu digo uma missão por que foi dificílimo achar alguém que topasse e peitasse dar um beijo na boca, real e verdadeiro na capa de uma revista gay em 1999”.
Aquele exemplar celebrava o Dia dos Namorados, comemorado anualmente nos dias 12 de junho, e marcou um gesto bem inovador para uma época tão conservadora há 21 anos:
“Ele não só topou, como levou o Fabio, namorado dele na época e deram esse beijo quente e destemido, que foi um dos trabalhos mais marcantes de toda minha história, até hoje. A capa foi censurada, teve que ir pras bancas dentro de um saco preto pra não chocar a sociedade”.
Apesar de tudo, Rogério contou que justamente essa censura causou indignação nos jornais brasileiros e tornou essa capa icônica:
“E no dia seguinte ao lançamento quase todos os jornais do Brasil, indignados com a censura, reproduziram a imagem, o que a tornou icônica além de projetar a revista nacionalmente e amplificar o barulho que a gente queria fazer”.
Por fim, o estilista afirmou que Paulo Gustavo teve uma grande contribuição nacional para que as pessoas pudessem exercer a própria sexualidade sem tabus ou repressões:
“Talvez essa tenha sido a primeira grande colaboração do Paulo Gustavo para a comunidade LGBTQ+, antes mesmo de ser o grande influenciador que se tornou alguns anos depois. Descanse em paz, Paulo Gustavo. Você é gigante e vai continuar vivo na memória desse país. Todo meu respeito e admiração por você, e até qualquer dia”.
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Redator Publicitário e Gestor de Marcas. Formado em Comunicação Social pela UFRN, escreve desde 2011 sobre o universo televisivo, séries, filmes e novas mídias de forma conectada com as tendências da atualidade.