Neste ano, Walcyr Carrasco elevou a audiência das 21h para a casa dos 40 pontos com A Dona do Pedaço. Entretanto, apesar de alcançar altos números durante quase toda sua exibição, a produção recebeu críticas dos jornalistas especializados em TV e do público; ambos listavam incoerências e furos no roteiro da trama. O RD1 resolveu fazer uma lista com as novelas que conquistaram excelentes índices, mas sofreram com comentários negativos.
VEJA ESSA
Olho no Olho
Antônio Calmon era considerado um dos reis do horário das 19H. A trama abordava paranormalidade e satanismo, seguindo a linha das histórias em quadrinho da Marvel. Teve uma audiência geral de 43,5 pontos, elevando a média das antecessoras.
Reconhecido pelo sucesso de Vamp (1991), Calmon não foi perdoado pelos especialistas e sua obra de 1993 acabou sendo massacrada. Mesmo com o apoio do público, os jornalistas escreviam quase toda semana textos falando mal da novela.
A trilogia Caminhos do Coração – Os Mutantes
A última novela de Tiago Santiago na Record rendeu números muito acima da expectativa. A primeira temporada fechou com média geral de 15 pontos no horário das 22h30. Disputando com a novela das 21h, A Favorita (2008), a segunda temporada incomodou a Globo no início; porém, os índices caíram e a média final ficou em 13,5.
A última temporada teve 9 pontos no geral. Mesmo com os bons números, os jornalistas falaram mal dos efeitos especiais, dos diálogos infantilizados, da falta de verossimilhança e também do elenco.
Senhora do Destino
A novela mais bem-sucedida da lista em números de audiência. A trama criada e desenvolvida por Aguinaldo Silva tem o maior índice no século XXI, o que é comemorado pelo autor até hoje nas redes sociais. A obra é conhecida, principalmente, por apresentar Nazaré Tedesco (Renata Sorrah), considerada por muitos a maior vilã da televisão brasileira.
Só que a crítica não concorda muito com essa avaliação. No período de exibição, a produção foi detonada por ser caricata e apresentar diálogos rasos. Aguinaldo até ironizou o fato dentro da novela através de Giovanni Improtta (José Wilker). “A gente perdeu o carnaval dos críticos, mas ganhamos o carnaval do povo“, afirmou o personagem.
Morde e Assopra
Última novela de Walcyr Carrasco no horário das sete, o enredo falava sobre os seres humanos e sua relação com o passado e presente, usando os dinossauros e robôs como metáforas. Apesar do começo conturbado na audiência, a produção ganhou força junto ao público a partir do capítulo 50 e teve uma média geral de 30 pontos.
Os diálogos infantis e didáticos, a falta de coerência, as situações consideradas bizarras e as mudanças de personalidades dos personagens fizeram os críticos detonarem o autor durante a exibição da trama.
Fina Estampa
A novela contava a história de Griselda (Lília Cabral), que trabalhava como marido de aluguel, ganhando o apelido de Pereirão. Por volta do capítulo 40, a protagonista recebe a notícia que acertou os números da Mega Sena e ficou milionária.
O enredo criado por Aguinaldo Silva obteve a maior audiência do horário das 21h nesta década, com uma média-geral de 39 pontos, mas foi detonado pela crítica especializada, principalmente em seu último capítulo.
Amor à Vida
Estreando no horário das 21h, Walcyr Carrasco colocou um vilão gay nas telinhas e o presenteou com um beijo no último capítulo. Com Félix caindo nas graças do público, Amor à Vida conseguiu média geral de 35,5.
Só que os números não foram suficientes para deixar a crítica feliz. A novela foi acusada de não ter uma história, além do autor mudar a personalidade dos personagens, principalmente de Félix, e não dar importância ao casal protagonista nos últimos dois meses.
Os Dias Eram Assim
Ângela Chaves e Alessandra Poggi centraram a história da novela no período militar. O enredo atraiu a atenção do público e os números agradaram a direção da Globo. A produção alcançou o maior índice de audiência do horário das 23h, com 21,1 pontos.
Na era digital, os críticos usaram as redes sociais para falar da estrutura da história e também das opções de roteiro escolhidas pelos roteiristas. A novela terminou mal avaliada pelos jornalistas de televisão.
João Paulo Dell Santo consome TV e a leva a sério desde que se entende por gente. Em 2009 transformou esse prazer em ofício e o exerceu em alguns sites. No RD1, já foi colunista, editor-chefe, diretor de redação e desde 2015 voltou a chefiar a equipe. Pode ser encontrado nas redes sociais através do @jpdellsanto ou pelo email [email protected].