Quando uma emissora qualquer dá o start para a produção de um novo programa, a expectativa sempre é de sucesso, e o tempo de permanência do mesmo na grade, uma incógnita – haja vista que este segundo fator dependerá diretamente do primeiro.
Algumas atrações, porém, estiveram tão longe de atender os objetivos com que foram concebidas que acabaram limadas da programação em tempo recorde. Um exemplo extremo dessa tendência se deu nesta semana na Band, com o cancelamento do “Brasil da Gente” após uma única edição transmitida.
O programa de Netinho de Paula foi criado para absorver parte do horário e do conteúdo do “Agora é com Datena”, suspenso por conta da candidatura de José Luiz Datena ao Senado, dividindo a faixa com o “Agora é Domingo”, de Joel Datena, filho do “titular” desse espaço.
No entanto, sua estreia no último dia 1º amargou índices pífios de audiência, na base do 0,6 ponto. Tamanho insucesso logo de cara assustou a Band e levou a emissora a tomar medidas drásticas, decretando o engavetamento definitivo do “Brasil da Gente” e escalando o “Agora é Domingo” para assumir toda a faixa já a partir deste dia 8.
Quem acompanha a televisão brasileira com afinco sabe que este tipo de situação está longe de ser rara. Relembre, a seguir, outros casos de programas que, sem a acolhida esperada da audiência, tiveram verdadeiras passagens-relâmpago pelos canais de TV – e não deixaram saudades em ninguém.
1- Tomara Que Caia
O formato, uma mescla de game show, humorístico e oficina de improviso, passou vergonha na audiência das noites de domingo na Globo. A emissora até tentou melhorar o quadro, escalando nomes de peso de seu casting como convidados especiais, mas não adiantou. Durou menos de quatro meses na programação, entre julho e novembro de 2015, e partiu sem deixar saudades.
2- Divertics
Outro dominical voltado para a comédia que amargou o insucesso na Globo, desta vez na faixa vespertina. Composto por esquetes que satirizavam fatos do cotidiano, foi taxado de “sem graça” pelo público e nem mesmo a presença de nomes de peso do humor, como Maria Clara Gueiros, Luiz Fernando Guimarães e Leandro Hassum, salvou-o do fracasso. Durou três meses.
3- A Casa
Pode-se descrevê-lo como o “cúmulo” dos realities de confinamento: 100 pessoas começavam dividindo uma casa com espaço e mantimento para apenas quatro moradores, e iam sendo eliminadas uma a uma até sobrar apenas o grande vencedor – no caso, a estudante universitária Thaís Guerra, de São Paulo. A Record já tinha até planos para uma segunda temporada, mas, diante da baixa audiência, engavetou a continuidade do formato (ainda bem!).
4- Got Talent Brasil
O concurso de talentos dos mais variados campos era uma versão do bem-sucedido “Britain’s Got Talent”, mas, apesar do alto investimento da Record, simplesmente não emplacou. Sua repercussão foi medíocre, levando, inclusive, ao término precoce da carreira do apresentador Rafael Cortez na emissora de Edir Macedo.
5- SBT Notícias
A primeira versão do jornalístico que hoje é sucesso na grade do SBT teve vida curtíssima, não subsistindo nem por um mês no ar. A ideia era substituir o “Aqui Agora”, em dezembro de 1995, por uma atração que apostasse mais na informação que no sensacionalismo, mas a audiência não correspondeu, levando ao fim brusco do formato.
6- SBT São Paulo
Outra tentativa frustrada do SBT de emplacar um informativo, agora em 2012, focado na audiência paulista. Sob o comando de Karyn Bravo e Joyce Ribeiro, o “SBT São Paulo” tinha apenas 25 minutos de duração e foi ao ar, antes do “SBT Brasil”, por apenas dois meses.
7- Telefone e Ganhe
A estreia da modelo e assistente de palco Helen Ganzarolli como apresentadora não poderia ter sido mais impertinente. Seu game show contou com apenas uma única edição, em 14 de dezembro de 2010, quando marcou apenas 2 pontos e ficou em terceiro lugar nas madrugadas, atrás do religioso da Record, “Fala Que Eu Te Escuto”. No dia seguinte, em virtude dos péssimos resultados da estreia, já teve seu cancelamento decretado pelo SBT.
8- Busão do Brasil
A atração de 2010 consistia em um ônibus com 12 passageiros-competidores percorrendo várias capitais do país e realizando provas de eliminação, geralmente relacionadas à cultura dos lugares pelos quais passassem. Não sobreviveu à primeira temporada na Band.
9- Exathlon Brasil
A competição de resistência teve índices bem pouco animadores em sua primeira – e, ao que tudo indica, única – incursão pela grade da Band, no ano passado. Totalmente esquecível.
10- Olha a Hora!
O jornalístico – assim intitulado por conta do bordão de seu apresentador, Luciano Faccioli – teve vida curta, porém conturbada nos bastidores da RedeTV!. O mais grave, porém, foi a baixíssima audiência do programa, que chegou a perder para a faixa locada pela Igreja Universal do Reino de Deus e não foi além do terceiro mês de exibição.
11- Sem Rodeios
Criada com o intuito de elevar os índices de audiência do então recém-extinto “Olha a Hora!”, esta atração acabou tendo o mesmíssimo destino da anterior – só que com duração ainda menor: apenas dois meses no ar. Nesse (curto) meio tempo, ainda houve espaço para outras turbulências de bastidores, como a substituição da apresentadora Ana Paula Couto – que deixou a emissora – por Renata Teodoro do primeiro para o segundo mês do programa.
Saiba Mais:
Irritado com críticas, Datena ameaça abandonar política
Após 4 anos, Larissa Erthal é demitida pela Band
A Redação do RD1 é composta por especialistas quando o assunto é audiência da TV, novelas, famosos e notícias da TV. Conta com jornalistas que são referência há mais de 10 anos na repercussão de assuntos televisivos, referenciados e reconhecidos por famosos, profissionais da área e pelo público. Apura e publica diariamente dezenas de notícias consumidas por milhões de pessoas semanalmente. Conheça a equipe.