Roger Waters foi o centro das atenções na última semana após provocar polêmica logo no início da sua turnê “Us + Them”, que começou em São Paulo, no dia 9.
Ele criticou em seu show o candidato do PSL à presidência da República, Jair Bolsonaro, por meio de um telão onde o colocou na mesma lista de nomes perturbadores da política mundial.
Roger concedeu sua primeira entrevista para falar sobre o assunto à repórter Janaína Lepri, do “Fantástico”, da Globo.
“É interessante porque duas coisas aconteceram: durante a música ‘Eclipse’, eles colocaram a hashtag que desagradou a todos. Aquilo foi um erro. Era para ter aparecido mais tarde, durante a música ‘Mother’, na parte que diz em português ‘mãe, devo confiar no governo?’. Seria nessa parte que apareceria #EleNão, aí faria sentido. Mas colocar no meio de ‘Eclipse’ foi um erro do meu time”, revelou o cantor.
“Aquela parte da música eram para aparecer pirâmides, lasers coloridos. Estávamos amando uns aos outros. No fim, é o clímax depois da jornada longa que atravessamos. Foi totalmente inapropriado, se eu pudesse dizer”, explicou ele.
Em seguida, Waters comentou sobre a segunda noite de show na cidade. “Nós não usamos a hashtag, mas deixe-me terminar a história. Na primeira noite eu não soube que tinha aparecido no telão. Achei que todos aplaudiriam, porque era isso que deveria acontecer. Naquele momento do show, em todos os lugares que tocamos no mundo, todos ficam tão contentes nessa parte. Todos aplaudem. Aí eu me perguntei ‘o que está acontecendo?’”, se questionou no momento.
Ainda assim, o fato o fez perceber o quão polarizado está o público. O cantor falou ainda que isso já aconteceu em outros países e que a luta devia acontecer contra os poderosos, e não entre aqueles que estavam presentes.
“Eles são os inimigos, eles são quem deveríamos lutar contra, não entre nós. Isso é o que eles, os poderosos, querem. Que lutemos entre nós, porque enquanto lutamos entre nós, não focamos no nosso verdadeiro problema”, afirmou.
E ele finalizou ao afirmar que é dever do artista defender os direitos humanos: “Eu acredito que todos os artistas, não interessa qual tipo de arte você faça, todos têm a responsabilidade de usar a arte para expressar ideias políticas e criar demandas em favor dos direitos humanos para todos”.
Confira a repercussão na web:
Vai ser burro e desonesto assim lá no QG do Bozonaro…Roger Waters não disse isso no #Fantastico…ele só falou que a hashtag entrou na música errada…tinha que ser colocada, sim, na música Mother.
Desonestidade e Fake News padrão bozominto. https://t.co/Oi0RZzTsR6— Bob Jack (@bobjackk) 15 de outubro de 2018
a entrevista do @ roger waters pro fantástico nunca me definiu tanto
— mary . ? (@eggmwry) 15 de outubro de 2018
“Achei que todos aplaudiriam, porque era isso que deveria acontecer. Naquele momento do show, em todos os lugares que tocamos no mundo todo, todos ficam tão contentes nessa parte, todos aplaudem. Aí me perguntei: ‘O que está acontecendo?'” – Roger Waters no Fantástico
— Pê Aga! (@peaga_art) 15 de outubro de 2018
O patético Roger Waters ontem no fantástico, fez igual ao Lula…. eu não sabia de nada…. foi a minha equipe……. blá blá blá ??♂️
— Thon Costa ® (@thoncosta) 15 de outubro de 2018
Traduzindo a mensagem que o Roger Waters mandou ontem no fantástico: ” Se você escutou as minhas músicas por todos esses anos e não entendeu nada do que eu quis dizer , por favor, DEIXA DE SER MEU FÃ PRA JÁ!
— Et Bilu (@ViniciusOfg) 15 de outubro de 2018
Roger Waters, em entrevista ao Fantástico, disse que se surpreendeu com as vaias depois de chamar Jair Bolsonaro de neofascista:
— Elphelt (@ShinElphelt) 15 de outubro de 2018
A reação do Roger Waters na entrevista do Fantástico ontem.. Deu para notar que ele ñ vem tão cedo ao Brasil.. : /
Quisera eu num show da banda Pink Floyd..— Anne Brittus (@BrittusAnne) 15 de outubro de 2018
Que migué da píula Roger Waters deu no Fantástico ontem, explicando sobre o episódio do show e das vaias. Que tivesse pelo menos mantido a proposta óbvia das suas convicções.
— Yuri Lugo (@yuri_lugo) 15 de outubro de 2018
Roger Waters mandou muito bem na entrevista ao Fantástico. Esclareceu que foi erro da produção colocar a #Elenão na música Eclipse. Era para ter aparecido em Mother! Eclipse, como ele mesmo disse, “é para as pessoas se amarem”.
— Tiságoras (@Tisagoras) 15 de outubro de 2018
Acabei de ler a entrevista do cantor Roger Waters concedida ao fantástico.
Totalmente sem pé e sem cabeça!
Uma entrevista moldada em q eles qrem passar o Bolsonaro como fascista.
Mídia aparelhada e nas mãos da esquerda!— Leonardo Diniz (@leonardo198432) 15 de outubro de 2018
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].