O SBT decidiu nadar contra a maré e manter firme sua aposta na faixa noturna, justamente em um momento em que a Globo opta por reduzir espaço nesse mesmo horário. A movimentação reacende o debate sobre a importância dos programas de entrevistas no fim da noite da TV aberta.

Historicamente, esse horário sempre foi tratado como estratégico. Jô Soares, com seu lendário programa de entrevistas, só alcançou o tamanho que alcançou porque Silvio Santos respeitou, inclusive no título, o compromisso com o “Onze e Meia”.
Não por acaso, o sucesso foi tão grande que acabou levando a Globo a se dobrar e trazer Jô de volta, em uma das viradas mais emblemáticas da televisão brasileira. Uma história amplamente conhecida e lembrada até hoje.
Antes disso, e por muitos anos, Ferreira Netto também marcou presença nos finais de noite, apostando em entrevistas e debates relevantes, que ajudaram a consolidar o horário como espaço de reflexão e conversa qualificada.
Hoje, é impossível não notar o esvaziamento desse tipo de conteúdo. Das companhias que fizeram escola, resta apenas Danilo Gentili no SBT, mantendo o formato vivo e resistindo às mudanças de estratégia do mercado.
Globo muda estratégia e impacta a faixa noturna

Em comunicado recente, a Globo confirmou que o “Conversa com Bial” deixará de ser exibido diariamente. A atração passa a ter formato de temporada, com exibição semanal, restrita às noites de terça-feira.
A saída de Jô no passado e, agora, a redução do espaço de Bial representam uma perda sensível para o lado mais reflexivo da televisão aberta.
Jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Com experiência em redação, redes sociais e marketing digital. Atualmente, cursando o MBA em Marketing, Branding e Growth pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
