O SBT está passando por uma transformação importante. A emissora decidiu encerrar o núcleo de teledramaturgia, movimento que marca o fim de uma era para suas novelas e séries.
Entre as mudanças, a demissão de Ricardo Mantoanelli chamou atenção. O diretor esteve à frente de produções como Carinha de Anjo (2016), Poliana Moça (2022), A Infância de Romeu e Julieta (2023) e A Caverna Encantada (2024).
Além dele, deixaram a empresa Claudio Lavorenti, gerente de dramaturgia, e Carolina Gazal, ex-diretora de Produção de Conteúdo Multiplataforma, responsável pelo projeto +SBT.
Essas saídas encerram um ciclo criativo que ajudou a moldar a identidade recente da emissora no campo da ficção.
Mesmo fora do canal, Mantoanelli ainda terá trabalhos inéditos no ar, como uma série digital e a minissérie adulta E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe?.
Por que o SBT parou de fazer novelas?
O motivo principal foi o desempenho abaixo do esperado de A Caverna Encantada, que não alcançou boa audiência e trouxe pouco retorno financeiro.
Segundo especialistas do setor, produções de teledramaturgia podem custar milhões de reais e, quando não atingem bons índices, comprometem o orçamento da emissora. As informações é do Folha de S. Paulo.
Com isso, a direção optou por uma pausa estratégica. Mas a decisão não significa o fim definitivo das novelas no SBT. Pelo contrário: há um plano para voltar em grande estilo.
O retorno em 2026 e a aposta com a Disney
O SBT já confirmou que pretende retomar suas novelas em 2026. A grande novidade é uma coprodução com a Disney, focada no público infantojuvenil. A parceria promete unir qualidade e economia, com um modelo de negócios mais seguro.
O projeto inclui:
- Uso dos estúdios do SBT em Osasco, aproveitando a estrutura já existente;
- Parceria com uma produtora terceirizada para reduzir custos;
- Divisão de investimentos e lucros com a Disney;
- Produções de alto padrão, pensadas para competir no mercado nacional e internacional.
Essa estratégia segue uma tendência global: emissoras e plataformas unindo forças para criar conteúdos com potencial de exportação, sem comprometer tanto o orçamento (Fonte: Observatório da TV).
Expectativa para o futuro
Com o histórico de novelas marcantes e um novo parceiro de peso, o SBT quer voltar a ser referência para o público jovem. A aposta é que, com histórias envolventes e uma produção mais enxuta, o canal consiga competir novamente pela audiência e pelo interesse de anunciantes.
Se tudo correr como planejado, 2026 pode marcar não apenas a volta das novelas ao SBT, mas também o início de uma nova fase, mais moderna e sustentável.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]