Intérprete da Guta em Pantanal, Julia Dalavia abriu o jogo e contou como foi contar aos pais que é bissexual.
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“Foi muito natural. Não teve o momento que chamam de ‘assumir’. Acho essa palavra tão estranha nesse contexto, porque parece que cometi um crime ou estava escondendo, mas não era isso”, disse a atriz, em conversa com a revista Vogue.
“Na verdade, não tinha entrado em contato e, logo, não me sentia confortável para falar com alguém. Há uma diferença entre entender e maturar”, declarou.
A artista explicou que teve uma conversa com a mãe e outra com o pai. “Nunca houve um questionamento da parte deles”, disse.
“É estranho que a sexualidade seja uma questão ainda, porque isso não diz respeito a ninguém além de você“, frisou.
Julia Dalavia fala sobre sua personagem em Pantanal
Interpretando uma jovem que fica com um rapaz (Marcelo, personagem de Lucas Leto) sem saber que ele é seu irmão, a atriz revelou que torce para que os dois descubram logo que na verdade não possuem laços sanguíneos.
“Dá para entender que existe amor e compreensão entre os dois. A troca deles não é só uma questão sexual, mas existe uma parceria que talvez ela não tenha encontrado em nenhuma relação anteriormente”, analisou a global.
“Isso é muito bonito. O frenesi dela em querer se apaixonar logo por outro é reflexo dessa culpa de continuar apaixonada por ele, mesmo sabendo do parentesco”, refletiu.
Questionada sobre a parte mais difícil da preparação para fazer a Guta, Julia Dalavia contou que os maiores desafios são as cenas de briga e estado alterado.
“Dar corpo para a raiva na minha vida pessoal e em cena é um desafio. Muitas vezes, apenas chorava nessas situações, mas agora faço terapia bioenergética para me aproximar dos meus sentimentos e levar mais naturalidade para a interpretação”, confessou.
“Nos bastidores, tenho um exercício de fincar os pés no chão, abaixar o tronco e ficar com os olhos abertos para focar no presente”, confidenciou.
