Sempre bem humorada, Maíra Azevedo, a Tia Má, precisou falar de um assunto sério nesta segunda-feira (21). A jornalista denunciou ter sofrido racismo dentro de supermercado em Lauro de Freitas, que fica na Região Metropolitana de Salvador.
VEJA ESSA
Inicialmente, a comentarista de programas da Globo pensou se tratar de um caso de assédio, mas se deu conta de que estava sendo vítima de racismo.
“Ia atrás de mim e eu com medo dele estar me assediando. Até que me dei conta que era o racismo nosso de cada dia. Estava sendo discriminada por ser suspeita. Aquilo foi me dando um desespero. E é assim que a gente enlouquece. Porque não precisa nada ser dito. É o olhar, a perseguição. A abordagem é sempre a mesma. Nos seguem e nos olham como marginais em potencial”, escreveu a famosa nas redes sociais.
A jornalista, então, afirmou que gritou na loja e buscou falar com a gerência. Segundo ela, inicialmente a administração do local tentou negar racismo, mas mudaram a postura durante a conversa.
“E é preciso que as lojas entendam que a segurança, mesmo que terceirizada, é responsabilidade das redes. Ao falar com a gerente, que primeiro tenta negar o fato, mas ao perceber que eu não era uma pessoa desinformada, ela concordou e disse que falaria com o funcionário. Mas fiz questão de reafirmar que não é um problema dele e sim da loja, pois se ele está a serviço do mercado, é a própria rede que estava me seguindo e me colocando como suspeita”, desabafou.
Tia Má confessou que até desabou em lágrimas ao entrar no carro após a situação: “Fiquei paralisada e, ao entrar no carro, chorei. Só agora consegui escrever, porque dói demais. Precisei gritar para o homem parar de me seguir, e ele me seguindo estava me sentindo coagida”.
“Me fortaleci porque estava na companhia de minha tia e depois mais duas clientes afirmaram que isso (a discriminação) já é uma constante na loja. Que isso deixe de fazer parte do nosso cotidiano”, desabafou.
Empresa se pronuncia sobre caso com Tia Má
Em nota, a rede GBarbosa se solidarizou com o caso e garantiu que está apurando a situação relatada de forma cuidadosa e criteriosa, pois “não compactua com nenhum tipo de ação ou comportamento que possa ser ou parecer um ato de discriminação e racismo”.
“A empresa reforça que preza pelo respeito integral a todas as pessoas que frequentam suas unidades e que tomará as medidas cabíveis após finalizar a apuração do caso”, afirmou o comunicado.
E eu comecei o 21 de março sendo discriminada. Fui ao mercado, e um segurança me seguia, ia atrás de mim, e eu com medo dele tá me assediando, até que me dei conta que era o racismo nosso de cada dia. Estava sendo discriminada por “ser suspeita”. Aquilo foi me dando um desespero!
— Maíra Azevedo ? (@tiamaoficial) March 21, 2022
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]