Cleber Machado está em Londres para narrar direto do Estádio de Wembley a grande final da Champions League, numa partida entre o Real Madrid, da Espanha, e o Borussia Dortmund, da Alemanha.
Em entrevista exclusiva ao RD1, o narrador comenta sobre a sua nova fase na TV e como se tornou rapidamente um dos rostos mais queridos pelo público nesta nova fase do SBT.
Em 2023, aos 61 anos, Cleber Machado encarou um ano de virada na carreira. Depois de quase 40 anos como uma das principais vozes esportivas da Globo, o locutor encerrou o seu vínculo com a casa e, depois de narrar as finais do Campeonato Paulista, na Record, ser anunciado como a voz da Copa do Brasil, no Amazon Prime, acertou sua ida para o canal de Silvio Santos.
Com jogos marcantes do Corinthians na Copa Sul-Americana e grandes duelos da Champions League, o apresentador garantiu comentários positivos por parte do público do sofá e das redes sociais, além de elogios da alta direção do SBT. Com cada vez mais espaço, ele assumiu o Arena SBT no final do ano passado.
Cleber Machado é nome forte na atual fase do SBT
De todas as mudanças e novidades da emissora nos últimos 14 meses, desde que Daniela Beyruti assumiu o comando do SBT, Cleber Machado tem sido fundamental na reestruturação.
Ele tem assegurado os maiores índices de audiência da casa, por vezes superior a Patrícia Abravanel, Eliana, Celso Portiolli, Ratinho e Carlos Alberto de Nóbrega, todos vice-líderes em seus respectivos programas.
Em um período de reformulação, o fato de Cleber ter entrado na seleta lista de apresentadores queridos há décadas pelo público do SBT deixa evidente a sua aceitação.
Ao RD1, após menção de que o público já o vê com o DNA da emissora, Cleber mostra empolgação. “É bem interessante, assim. Rapidamente, eu comecei lá em setembro [de 2023], que algumas pessoas entendam que eu já estou bem adaptado, como você perguntou, ao DNA do SBT. Não é difícil se adaptar ao SBT. É uma televisão que faz uma comunicação simples, direta, objetiva, familiar. É o estilo do canal”, afirma.
Cleber também considera que a atual fase da carreira é reflexo de um momento diferente da comunicação de modo geral.
“De algum tempo para cá é meio necessário você ser um pouco menos formal, mais informal, ter uma proximidade maior, fazer um pouco mais de brincadeira, brincadeira que não exclua quem está assistindo o jogo, que não seja brincadeira interna. Eu acho que de vez em quando a gente consegue, uma vez ou outra erra e exagera”, diz.
O narrador está prestes a ser uma das vozes brasileiras em um dos jogos mais importantes do ano. Ele fala mais em prazer em poder narrar um bom jogo do que o frio na barriga.
“Um grande jogo, um jogo bem jogado, bem disputado, claro que colabora com uma transmissão que possa misturar a vibração, relatar o que está acontecendo, o drama, a possibilidade, a virada, o jogo sempre aberto. Acho que é bacana. Não chega a ser um frio na barriga, quase nunca eu tive frio na barriga nem de estreia e nem de grandes jogos, mas é uma responsabilidade, e mais do que isso, um prazer você transmitir um jogo bacana como esse”, explica.
Confira a entrevista na íntegra:
O seu trabalho no SBT é elogiado pelo público a cada transmissão e apresentação do Arena SBT. Entre os comentários está o de como você tem ficado à vontade no ao vivo. A brincadeira do Romarinho, no último Arena, é um exemplo. Você considera essa nova etapa na carreira como o seu melhor momento?
Não sei, não posso considerar que seja o melhor momento. Eu acho que é reflexo de um momento diferente da comunicação. De algum tempo para cá é meio necessário você ser um pouco menos formal, mais informal, ter uma proximidade maior, fazer um pouco mais de brincadeira, brincadeira que não exclua quem está assistindo o jogo, que não seja brincadeira interna. Eu acho que a gente consegue, uma vez ou outra erra e exagera. Mas assim, eu acho… Eu, pessoalmente, acho que sempre fui mais ou menos assim, entendeu?
Essa do Romarinho, uma vez em um jogo da Globo, ele apareceu na Arena do Corinthians e eu brinquei também. E esse no programa [Arena SBT] foi quase que uma provocação dos caras que estavam no programa. Mas, assim, eu acho que é por aí mesmo, se você conseguir o tom, respeitar o limite, eu acho que fica mais agradável, sem sair do jogo, sem deixar de narrar o jogo que é o nosso grande desafio. Eu estou me sentindo bem, estou fazendo legal e acho bacana que as pessoas, depois de tanto tempo, com uma mudança de prefixo, ainda achem as transmissões legais, leves, isso é bom… E os parceiros de transmissão ajudam também.
Para o público, você já tem o DNA do SBT. Como é para você ter essa reviravolta na carreira depois de quase 4 décadas na TV Globo?
É bem interessante, assim. Rapidamente, eu comecei lá em setembro [de 2023], que algumas pessoas entendam que eu já estou bem adaptado, como você perguntou, ao DNA do SBT. Não é difícil se adaptar ao SBT. É uma televisão que faz uma comunicação simples, direta, objetiva, familiar. É o estilo do canal. E a gente tem que se adaptar às circunstâncias, ao estilo da programação da emissora, mas acho que mesmo na Globo a gente conseguia fazer isso nos programas, lá no Arena atrás, no Bem, Amigos! quando apresentei, nas próprias transmissões.
Não sei se é uma reviravolta. É uma mudança que aconteceu e que tive a oportunidade de continuar tendo um espaço numa rede nacional, como no streaming, no Amazon Prime, e acho que essencialmente não vejo muita mudança no meu jeito. Repito o que te respondi na outra pergunta: eu acho que é uma tendência, mais do que uma tendência é hoje uma exigência do jeito de se comunicar. Você não ser só aquele locutor sério e formal. A volta é boa, a reviravolta é legal, as novidades são sempre bem-vindas”.
Você é o responsável pelas principais transmissões da Copa Sul-Americana, com os jogos do Corinthians, e tem dominado os grandes jogos da Champions. A grande final da competição europeia é uma responsabilidade enorme. O frio na barriga existe como se fosse uma estreia?
Eu acho assim, frio na barriga… Eu nunca tive muito frio na barriga, eu tenho um raciocíonio diferente, uns dias antes diferentes, conforme o jogo, naturalmente. E você fazer uma final de Champions, eu já fiz duas pelo menos em estádio, e vou fazer essa terceira. A responsabilidade é grande. Até porque você falando para uma rede aberta, você tem que levar em conta que nem todos os telespectadores estão familiarizados com os times europeus, apesar de hoje você ter um mercado muito grande de torcedores ou de simpatizantes de times europeus.
Essa final, especialmente, você tem o Real Madrid, que é um time super conhecido, badalado, com três brasileiros, dois deles titulares absolutos da Seleção Brasileira [Viny Jr e Rodrygo], acho que o Militão também vai ser (…) Você tem toda a fama, a aura do Real Madrid, que vai lutar pelo seu 15º título europeu, então é mais atraente. E uma novidade como o Borussia Dortmund, que já foi campeão, que eliminou o Paris Saint-Germain, que vem deixando para trás times famosos, acaba sendo uma novidade interessante.
O que é mais legal na Liga dos Campeões é a qualidade dos jogos, você tem quase certeza que você vai fazer uma grande transmissão. E um grande jogo, um jogo bem jogado, bem disputado, claro que colabora com uma transmissão que possa misturar a vibração, relatar o que está acontecendo, o drama, a possibilidade, a virada, o jogo sempre aberto. Acho que é bacana.
Não chega a ser um frio na barriga, quase nunca eu tive frio na barriga nem de estreia e nem de grandes jogos, mas é uma responsabilidade, e mais do que isso, um prazer você transmitir um jogo bacana como esse.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].