William Bonner e Renata Vasconcellos fazem desabafo histórico no JN e cobram negacionistas

Jornal Nacional

William Bonner e Renata Vasconcellos no Jornal Nacional deste sábado (20); editorial repreendeu quem nega pandemia de coronavírus (Imagem: Reprodução / Globo)

O Brasil chegou, neste sábado (20), à marca de 50 mil mortes por conta da pandemia de coronavírus. O número, apurado pelo consórcio dos veículos de imprensa, rendeu editorial do Jornal Nacional. Renata Vasconcellos e William Bonner prestaram solidariedade às famílias enlutadas. E cobraram aqueles que negam o avanço da covid-19 no Brasil – como a classe política alinhada com o negacionista Presidente da República Jair Bolsonaro. A mensagem do telejornal da Globo repercutiu no Twitter.

Neste 20 de junho de 2020, as famílias de mais de 50 mil brasileiros estão enlutadas. Os mortos por coronavírus no nosso país somam 50.058, segundo consórcio dos veículos de imprensa. 964 em 24 horas. Mais de um milhão já se infectaram. São 1.070.139 doentes. De ontem pra hoje, as secretarias estaduais de saúde totalizaram 30.972 novos casos de covid-19”, iniciou Bonner.

É um marco trágico na pandemia. Mais de 50 mil mortes. 50 mil”, prosseguiu Renata, entre pausas para “respirar fundo” diante da consternação causada pelo registro. “Uma nação se define como a reunião de pessoas que compartilham sentimentos. […] Empatia é a capacidade que o ser humano tem de se colocar no lugar do outro, de entender o que o outro sente. Uma nação chora seus mortos, se solidariza com aqueles que perderam pessoas queridas. 50 mil”, continuou.

Diante de uma tragédia como essa, uma nação para, ao menos um instante, em respeito a tantas vidas perdidas. E é o que o ‘Jornal Nacional’ está fazendo agora diante desses rostos que nós temos perdidos desde março”, comentou a âncora do JN, enquanto o telão reproduzia imagens das muitas vítimas do novo coronavírus no Brasil.

E é um sinal muito triste dos tempos que nós vivemos que a gente tenha que explicar essa atitude. Não pra imensa maioria do povo brasileiro, de jeito nenhum. Mas pra uma minoria muito pequena, mas muito barulhenta, pra quem o que nós fazemos, o jornalismo profissional, deveria, se não fechar completamente os olhos pra essa tragédia, pelo menos não falar dela com essa dor”, alfinetou William Bonner, visivelmente consternado.

A gente repete também: 50 mil não são um número. São pessoas que morreram numa pandemia. Elas tinham família, mães, pais, filhos, irmãos, tios, avós. Famílias. Tinham amigos, conhecidos, vizinhos, colegas de trabalho como nós aqui somos. E nós, como nação, devemos um momento de conforto pra todos eles”, declarou o apresentador do noticiário mais assistido do país.

Como o Bonner disse, tudo isso vai passar. Quando passar é a história, com h maiúscula, que vai contar para gerações futuras o que de fato aconteceu. A história vai registrar o trabalho valoroso de todos aqueles que fizeram de tudo pra combater a pandemia. Os profissionais de saúde em primeiro lugar”, salientou Renata Vasconcellos.

Bonner então concluiu: “Mas a história vai registrar também aqueles que se omitiram. Os que foram negligentes. Os que foram desrespeitosos. A história atribui glória e atribui desonra. E história fica pra sempre”. O editorial levou o título Jornal Nacional, bem como os nomes dos apresentadores, aos TrendingTopics do Twitter.

Confira:

Duh Secco
Escrito por

Duh Secco

Duh Secco é  "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.