Em seus 52 anos de carreira, Zezé Motta já viveu bastante coisa na frente e por trás das câmeras. Ao relembrar um dos principais filmes de sua carreira, a veterana denunciou um caso de racismo e como esse episódio traumático refletiu em sua vida.
VEJA ESSA
Em 1976, antes da novela homônima estourar, aconteceu o filme Xica da Silva, que teve a atriz no papel principal, ao lado do saudoso Walmor Chagas.
Sem revelar o nome do noticiário, Zezé lembrou — em entrevista a Mano Brown — de uma matéria de cunho bastante maldoso:
“Quando eu passei no teste para Xica da Silva saiu uma manchete assim no jornal: ‘Quem passou no teste para fazer o papel de Xica da Silva foi uma negra feia, porém exuberante’ com uma foto linda minha, mas lembro que isso não me afetou”.
Apesar do texto claramente ofensivo, a artista deixou claro que se ver na personagem aumentou o próprio empoderamento:
“Quando eu vi o filme, eu pensei: ‘Nossa que mulher forte’. E quando eu parei para pensar na minha vida percebi que eu também era uma mulher forte”.
Por fim, Motta opinou que o racismo não é uma coisa do passado, já que sempre surgem episódios que provam ser um problema atual, impregnado na sociedade.
Confira:
Zezé Motta e Taís Araújo criticam sexualização de Xica da Silva
Numa entrevista de 2021 ao Roda Viva, Taís reviveu seu protagonismo na novela de 1996 e quando se recusou a fazer uma cena de sexo anal, fazendo Walter Avancini e Walcyr Carrasco a acusarem de transformar Xica numa “Maria Chiquinha”.
Zezé definiu o papel que viveu como uma mulher fantástica, corajosa, a frente de seu tempo e que tinha um potencial político, apesar da exploração erótica de sua imagem e a tentativa de apagar sua história.
Oficialmente redator desde 2017. Experiências como editor e social media. Já escrevi sobre famosos, TV, novelas, música, reality show, política e pauta LGBTQIA+. Vídeos complementares no YouTube, no canal Benzatheus.