A Igreja Universal do Reino de Deus partiu para o ataque contra a Globo. A instituição liderada por Edir Macedo está no centro de uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro; a IURD teria sido usada para lavagem de dinheiro no esquema de corrupção vigente na Prefeitura da cidade, hoje nas mãos do bispo licenciado Marcelo Crivella (Republicanos), sobrinho de Macedo.
Melindrada por conta da veiculação na Globo de notícias sobre a investigação do MP, a Universal compartilhou em seu site uma matéria do Jornal da Record sobre a delação do doleiro Dário Messer, réu na Operação Lava-Jato, que afirmou ter remetido ilegalmente dinheiro dos irmãos Marinho – Roberto Irineu e João Roberto – para o exterior.
“Eles nos acusam sem provas do que são acusados com provas irrefutáveis”, acusa a Igreja Universal do Reino de Deus no título. “Essa não foi a primeira vez que os donos do grupo Globo foram delatados à Justiça. Doleiros especializados em fraudar o sistema financeiro foram escolhidos pelos Marinho para sonegar impostos e manter a fortuna longe das autoridades”, detalha a matéria.
A reportagem do Jornal da Record, bem como a nota da IURD, citam ainda o “escândalo do Banestado”, nos anos 1990. O tom, porém, é de suposição, contrariando a afirmação do título: “Documentos do Ministério Público Federal revelaram que empresas dos herdeiros da Rede Globo teriam enviado ilegalmente R$ 1,6 bilhão ao exterior”.
A investigação do Ministério Público acerca da Universal ganhou destaque no Jornal Nacional de sábado (12). A reportagem de Pedro Bassan citou as “bilionárias movimentações atípicas” nas contas da Igreja Universal do Reino de Deus, que indicam, segundo o MP, o uso da entidade religiosa para lavagem do dinheiro obtido através de práticas criminosas na Prefeitura do Rio de Janeiro.
No domingo (13), a Record – também propriedade de Edir Macedo – repercutiu o conteúdo do JN através do Domingo Espetacular, atribuindo a acusação “sem provas” à Globo e não ao MP. Na ocasião, a Igreja Universal do Reino do Deus foi apresentada como “instituição que há décadas sofre perseguição religiosa”. O canal também atribuiu interesseiro eleitoreiro à matéria da emissora-líder.
Duh Secco é "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.