No ar na reprise de A Vida da Gente (2011), Marjorie Estiano completou 39 anos de idade neste dia 8 de março, que é o Dia Internacional da Mulher. Diante disso, ela concedeu uma entrevista ao GShow e falou sobre o assunto.
VEJA ESSA
A atriz estreou nas novelas há 17 anos, em Malhação, como a memorável Natasha da Vagabanda, e, desde então, já começava a se dedicar à carreira musical. De lá pra cá, acumula 30 trabalhos no teatro, cinema, TV e na música.
“Eu gosto do trabalho, e chamo de trabalho tudo aquilo que tem a capacidade de me construir”, declarou a atriz.
“A inspiração pode vir de um conjunto de elementos em uma mesma pessoa, de um único aspecto também, de um comportamento em um momento específico, de escolhas diárias…”, revelou.
“Ser mulher é a ação de abrir caminho cotidianamente, de se libertar de regras e conceitos predeterminados, que na mais branda hipótese são introduzidos inconscientemente na nossa identidade”, declarou Marjorie Estiano.
“E isso pode ser cansativo, sobretudo quando negamos assumir um padrão ‘masculino’ de comportamento para conseguir nosso espaço. A repetição é cansativa, porque dá a sensação de que se anda muito pouco, de que as transformações são mais lentas do que deveriam”, disse ainda.
“Sou forte o quanto posso ser, talvez. E isso não faz com que eu sofra menos, mas me ajuda a conduzir o sofrimento que sinto a fazer um caminho que me beneficie, me aprimore”, garantiu.
Com relação à realização profissional, ela se mostrou uma mulher plena:
“Me sinto muito realizada, muito! Sinto orgulho não só do que me tornei, mas do caminho que percorri, da trajetória. Porque consigo ver a construção e é nela que está a realização. De onde começou e como caminhou até agora. Sei que vou seguir trabalhando e aproveito para agradecer muito à minha professora Helena Varvaki, às oportunidades que tive e às pessoas que conheci. São todas responsáveis por essa realização. Contribuíram e contribuem para essa trajetória diariamente.”
“Com sorte, ainda vou ter muito tempo e estrada para percorrer e espero poder continuar caminhando”, comemorou. Com relação ao seu aniversário, a atriz abriu o coração:
“Acho que minhas ambições estão voltadas mais para o desenvolvimento da habilidade de usufruir cada vez mais do que é estar vivo, de poder alcançar e compreender melhor o que isso significa, a dimensão dela. Eu sou uma pessoa muito privilegiada, em todos os sentidos, e com isso me sinto na obrigação de estender aos outros esses privilégios de alguma forma também… Eu ainda não sei muito bem como potencializar isso, mas intuo que talvez esteja justamente nessa habilidade a que me referi, e que a tal compreensão vai me auxiliar a realizar esse desejo.”
E sobre o Dia da Mulher, declarou: “Só parabenizar! A todas elas, dos centros urbanos ao interior do interior, de todos os lugares, gerações e culturas. E mesmo vasto, hoje vivemos em um mundo que nos possibilita um maior acesso e conexão entre essas pontas”.
“E quando uma mulher se coloca e enfrenta, luta, exige o seu espaço e direitos, em qualquer parte, isso ressoa e reúne todas as outras. Acredito na força do individual fazendo o coletivo. Que sigamos abrindo caminho, soltando essas amarras, cada qual a sua maneira, rumo à liberdade”, prosseguiu.
“O mundo é muito grande, mas ser mulher não é simples em nenhuma parte dessa imensidão. Talvez a mulher tenha mais terreno para compreender e se relacionar com seus sentimentos, tem mais condições de se voltar para um mundo interior, que por muito tempo era o único mundo em ela podia viver”, desabafou.
“Acho que de alguma forma isso acabou se tornando uma vantagem, e não só, acho o mundo das emoções e sentimentos arrebatador. Para mim, a essência de estar vivo”, disse ainda.
“Amo ser mulher, sou plenamente feliz, e as desvantagens impostas pela sociedade não me fariam mudar de ideia. Porém, se pudesse apenas como exercício existir como homem, o faria. Só pra sentir o que é…”, afirmou Marjorie Estiano, que não teme a proximidade dos 40:
“Se me preocupo ou não com a proximidade dos 40, já denota que existe algo com que me preocupar. Assim sendo, a minha escolha estaria entre assumir essa preocupação ou ignorar. Não gostaria de encarar o envelhecimento dessa maneira, muito embora a ideia da potência da mulher associada à juventude e à beleza ainda pertença às amarras que lutamos pra desfazer.”
“Tenho acompanhado a ação do tempo sobre mim. Mais do que acompanhado, acho que tenho trabalhado em parceria com ele. Me bateu uma ansiedade, uma pressa, quando estava no início dos 30”, revelou.
“Depois fui compreendendo que a origem dela vinha de uma cronologia padronizada, onde você deve completar tais feitos até determinada idade, em que os melhores anos da sua vida pertencem a determinada década, que na faixa dos 30 você deve cumprir tais e tais missões, bem como nos 40, 50, 60…”, refletiu.
“A gente sabe que o tempo passa e que somos finitos, que vamos nos transformando. Nosso corpo vai mudando, assim como nossa mente e nossos desejos vão ganhando novos significados”, exemplificou.
“Tenho certeza que cada fase vai me trazer gratas surpresas e desafios, sempre. E a ansiedade, a pressa, foi dando lugar a um olhar mais curioso e criativo para o meu momento presente”, disse ainda.
Por fim, Marjorie Estiano concluiu dizendo: “Eu me senti boa parte da vida muito sozinha e acho que encarei nessa solidão uma necessidade de estar preparada para segurar o que quer que fosse, mas essa trilha já foi bem diferente de como é hoje.”
A Redação do RD1 é composta por especialistas quando o assunto é audiência da TV, novelas, famosos e notícias da TV. Conta com jornalistas que são referência há mais de 10 anos na repercussão de assuntos televisivos, referenciados e reconhecidos por famosos, profissionais da área e pelo público. Apura e publica diariamente dezenas de notícias consumidas por milhões de pessoas semanalmente. Conheça a equipe.