Às vésperas do depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na CPI da Covid-19, o JN exibiu uma matéria exclusiva sobre indícios de fraudes em contratos do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. Sem licitação se valendo da pandemia, militares escolheram empresas para reformar prédios antigos durante a gestão do ex-auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
VEJA ESSA
Segundo apurado pelos repórteres Arthur Guimarães, Marco Antônio Martins e Pedro Bassan, a decisão pela reforma dos galpões saiu em novembro de 2020 por gestores escolhidos pelo ex-ministro Pazuello. Em junho, o general tinha reforçado a presença de militares na Superintendência Estadual do ministério no Rio.
Ele nomeou o coronel da reserva George Divério para o cargo máximo. Antes, o coronel dirigia uma fábrica de explosivos. Em novembro, dentro da pasta, Divério autorizou duas contratações sem licitação que somam quase R$ 30 milhões. Na reforma dos galpões na Zona Norte do Rio, o valor foi de R$ 9 milhões.
Uma das empresas escolhidas para uma obra de R$ 20 milhões fica localizada numa área dominada pela milícia no município de Magé, na Baixada Fluminense. Empresa de pequeno porte para uma obra tão grande.
Por telefone, Jean Oliveira, dono e gestor da SP Serviços, inscrita na Prefeitura de Magé como microempresa, conversou por telefone com a reportagem do JN. “Eu tenho caminhão caçamba, tenho duas vans, eu tenho retro. A empresa hoje tem 16 equipamentos. Eu ia vender uma parte dessa frota para você iniciar ela, mas eu tenho caixa também”, disse.
Os indícios de fraude pararam na Advocacia-Geral da União, que não aprovou as duas dispensas de licitação. Os contratos assinados foram anulados. A AGU continuou no caso e pediu a continuidade da investigação para verificar se há indícios de conluio entre os servidores do Ministério da Saúde do Governo Bolsonaro e a empresa contratada.
A Superintendência do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro afirmou que atuou dentro da normalidade em relação à dispensa de licitação dos contratos citados na matéria do telejornal.
Confira a repercussão na web:
Escândalo: #JN releva agora possível esquema de corrupção da gestão Pazuello. Um galpão para arquivar documentos teria sido contratado, sem licitação, por quase 30 milhões. Além disso, só reforma da iluminação do prédio teria custado R$ 1,1 milhão pic.twitter.com/PkvDB4BLt6
— George Marques ?? (@GeorgMarques) May 19, 2021
JN: sem licitação e sob gestão de Pazuello, militares nomeados pelo general decidiram reformar galpões e sede do Min. da Saúde, alegando urgência devido a Covid-19. Há contratos milionários com empresas já investigadas, localizadas em área de milícia.
pic.twitter.com/6177AEnwWJ— Camarote Da CPI (@camarotedacpi) May 19, 2021
Meu Deus.
Que matéria bombástica no #JN.
Pazuello tem que explicar isso.#EUAUTORIZORENAN— Luciana Almeida. (@umaluqualquer) May 19, 2021
Pazuello preparou esse discurso antes da reportagem de ontem no JN: fala em corrupção para se contrapor à inépcia de sua gestão, mas a reportagem mostrou corrupa tradicional, envolvendo militares, e nomeados por ele #CPIdaCovid
— Vera Magalhães VACINA JÁ ? (@veramagalhaes) May 19, 2021
Matéria do JN sobre contratos sem licitação e mais do que suspeitos firmados no Rio pelo ministério da Saúde acrescenta novo capítulo aos desmandos de Pazuello. Indícios fortíssimos de roubalheira graúda envolvendo militares ligados ao ex-ministro. Conheceis a verdade etc etc…
— Fernando de Barros e Silva (@fernandobarros) May 19, 2021
De acordo com o JN, seguindo o exemplo do chefe chegado em rachadinhas, a gestão de Pazuello coordenou um esquema de desvio de dinheiro!
Cai por terra essa história de que a #CPIdaCovid não quer investigar corrupção.
— Natália Bonavides (@natbonavides) May 19, 2021
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].