Erika Januza, que foi coroada como rainha de bateria da Unidos do Viradouro neste sábado (20), Dia da Consciência Negra, abriu o coração e falou sobre a importância da conquista.
VEJA ESSA
“É tão simbólico isso acontecer justamente nesse dia! Fico toda arrepiada só de falar. Pra mim, 20 de novembro tem que ser lembrado e celebrado; é de reflexão e protesto, tudo junto”, afirmou a famosa, em conversa com o jornal Extra.
Na entrevista, a artista ainda falou sobre o racismo que já sofreu durante a vida: “Na minha casa, a gente não conversava sobre as questões da negritude. Éramos negros e ponto. Vivi muitos momentos tristes na escola que não compartilhei com meus pais, coisas cruéis que eu ouvia e estão marcadas em mim até hoje”.
“É muito importante os adultos conversarem com as crianças, estimularem sua autoestima, destacarem seus valores, com o cuidado de não deixá-las crescerem vaidosas demais. Quando eu for mãe, vou enaltecer a beleza do meu filho ou da minha filha, mostrar que a diversidade existe e tem que ser respeitada”, completou.
Na sequência, a famosa, que atualmente está no ar em Verdades Secretas, recordou: “Cresci sendo julgada como feia. Eu era a amiga em que as mães confiavam para sair junto com suas filhas porque era quietinha e não chamava atenção dos meninos. Eu era só a neguinha do cabelo duro”.
“Isso me magoava, e eu me fechava ainda mais na minha timidez. Lembro com tristeza, mas também penso: ‘Olha aí, Erika, onde você conseguiu chegar, apesar de’. A gente não pode deixar que ofensas virem verdades”, declarou.
Erika Januza ainda pontuou a importância da representatividade. “Quem desdenha da representatividade não sabe da importância dela. Eu não teria queimado meu couro cabeludo tantas e tantas vezes, alisando os fios, se houvesse mulheres como eu para me inspirar, quando nova”, disse.
“A farmácia só vendia xampu para cabelo liso, e eu comprava. Diziam que batom colorido não combinava com pele negra. Então, passei anos usando gloss incolor na boca. Até eu me libertar e entender que existem novas possibilidades, que eu posso usar, sim, muitas cores e vários cabelos, demorou”, afirmou a atriz.
“Hoje em dia, encontro na internet centenas de imagens com dicas de roupas, maquiagens e penteados maravilhosos pra mim. Mas antigamente não tinha isso, o que havia era uma crença limitante em torno da beleza negra”, concluiu.
A Redação do RD1 é composta por especialistas quando o assunto é audiência da TV, novelas, famosos e notícias da TV. Conta com jornalistas que são referência há mais de 10 anos na repercussão de assuntos televisivos, referenciados e reconhecidos por famosos, profissionais da área e pelo público. Apura e publica diariamente dezenas de notícias consumidas por milhões de pessoas semanalmente. Conheça a equipe.