Rafinha Bastos já demonstrou várias vezes que não costuma ter papas na língua. O famoso sempre diz o que pensa, mesmo que acabe sendo colocado em polêmicas e vire alvo de “cancelamentos”. Em entrevista, o humorista lembrou das participações do presidente Jair Bolsonaro (PL) no extinto CQC, da Band.
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Apesar disso, ele garantiu que não tem culpa pela vitória do político, que na época em que participava do humorístico era deputado federal. “Nunca obriguei ninguém a votar no Bolsonaro. O programa não fez campanha política. Se o povo é ignorante, a culpa não é minha. As escolhas quem faz é o próprio povo”, declarou ao Splash.
“O que as pessoas não podem apontar é que ele ficou louco do dia para noite. O público se identifica com esse discurso e a culpa é minha que conversei com ele? Talvez a culpa pela exposição sim, mas a culpa pelo voto não. Nunca votei e nunca votaria [no Bolsonaro]”, continuou Rafinha Bastos.
Depois de quatro anos conturbados pela pandemia e a crise econômica gerada a partir dela, o famoso também comentou sobre o ex-presidente Lula (PT).
“É um momento que a gente está buscando figuras mais empáticas. Naturalmente, a gente cai na figura do Lula. Por todas as críticas e escândalos de corrupção, é uma figura que o povo sempre identificou como um cara que pensa no povo. Acho importante essa busca por uma figura de esquerda”, analisou.
Ele completou: “Se eu tivesse que escolher, não escolheria o Lula depois de tudo que vivemos. Mas o processo político é esse. A gente rejeita aquilo que a gente acabou de viver. O Brasil rejeitou o Lula e agora rejeita o Bolsonaro”.
Rafinha Bastos desabafa sobre cancelamentos
O humorista ainda comentou sobre as suas polêmicas e também a respeito dos recentes casos envolvendo Monark, ex-apresentador do podcast Flow, e Fábio Porchat, bombardeado nas redes sociais por uma cena envolvendo pedofilia de um filme de 2017 de Danilo Gentili.
“São patéticos, tanto o caso do Monark quanto do Danilo e do Porchat. É uma pressão econômica. Ninguém parou para ver direito as coisas. Tudo é descontextualizado“, lamentou.
Ele seguiu: “A quantidade de gente ruim que eu conheci na TV e são amados pelo público e pela família brasileira… As pessoas querem o Celso Portiolli. É um tiozão do bem. O que ele pensa da vida? O que ele pensa da política? Ele não se mete nisso. Ele é inteligente ou eu que sou mais inteligente por me colocar nesses lugares?”.
“Se eu tivesse jogado o joguinho de ‘Desculpa, Wanessa, eu também sou pai de família, sei como isso pode ter te ofendido’ seria muito fácil. Estaria cheio de patrocínio nas costas, igual o Marco Luque, comentarista de evento da Globo”, lembrou.
Rafinha completou: “Você é obrigado a mentir. Ir à público e pedir desculpa por algo que você nem acha que fez errado. Mas é o jogo que você tem que jogar. E que eu não fiz parte, mas que me prejudicou muito”.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]