Um mundo novo e cheio de oportunidades. Assim tem sido a vida de Nelson Freitas desde que deixou o humorístico Zorra Total e saiu em busca de novidades. O ator se descobriu no universo dos streamings, podcast, YouTube e ainda está na busca da carreira internacional, tanto que dominar o inglês é uma de suas metas no momento.
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“É preciso atitude e abrir mão de qualquer zona de conforto, de papéis irrelevantes e se jogar no mundo, correr riscos e acreditar no seu taco. Se tudo der errado, na verdade, já deu certo pela vivência e experiência. A vida é curta para ser pequena”, declara ele em entrevista exclusiva ao RD1.
Casado com Maria Cristina Cordeiro e pai de Maria Paula e a Gabriela, atualmente, ele está passando uma temporada com a esposa na Austrália e vai ficar no país por seis meses, onde pretende estudar e dominar o idioma inglês, e ainda investir na carreira internacional.
Completando 60 anos no próximo dia 25 de julho, Nelson Freitas conta que irá comemorar a data numa praia linda, em Queensland, na Austrália com a família.
“Quero estar cercado da minha família em alguma praia linda de Queensland, envolta de uma fogueira tomando um bom Shiraz australiano e imaginando que tudo que fiz até aqui foi ter ouvido mais o meu coração do que à minha razão”, afirma.
Confira a entrevista na íntegra:
RD1 – Por mais de 17 anos você esteve no Zorra Total. Como foi sair do programa após tanto tempo?
Nelson Freitas – Foram muitos anos de diversão. O Zorra Total se atualizou e fiquei mais três anos no programa até que resolvi fazer um reposicionamento no rumo da minha carreira e fiz um canal no YouTube: Nelson Freitas Oficial, em que passo mensagens positivas e motivadoras. Tem sido bem legal. Estamos também com um podcast chamado EMBARALHA, no Spotify, ainda engatinhando. Mas os papos são ótimos, com convidados especiais. Vale conferir.
Sentiu insegurança por ter que procurar algo novo após tanto tempo de contrato?
A minha saída da Globo acabou sendo um grande estímulo para que eu pudesse me dedicar mais aos meus projetos pessoais. Administrar o tempo durante a quarentena – que por mais sofrida que tenha sido, foi a chave para remodelar certos hábitos – foi a oportunidade de reposicionar minha carreira. Nestes últimos anos já sem contrato acabei fazendo muito cinema, que me encanta deveras.
Ao deixar o Zorra Total descobriu um mundo novo, o dos podcasts, Youtube e muito mais…
Foi um aprendizado atrás do outro. Cheguei já tarde nesse universo e ainda estou tentando entender essas ferramentas. Pensei em como poderia levar para o público que gosta do que eu faço algum tipo de conteúdo que trouxesse leveza, afinal, estreei no meio da pandemia. Comecei cantando e falando sobre música, em abril, estreando o quadro Pessoas incríveis e Extraordinárias, que foi muito bem aceito. Conversei com famosos e anônimos que passaram por situações limites e deram a volta por cima. Passaram por lá os amigos como Felipe Camargo, André Ramiro, Raul Gazolla entre outros.
Você está estudando inglês. Pretende seguir os passos de Rodrigo Santoro e Wagner Moura e se lançar na carreira internacional?
Acho que o primeiro passo já está sendo dado. Estou morando na Austrália, onde ficarei por seis meses. O meu objetivo é me aprimorar na língua inglesa. Nós temos uma riqueza cultural imensa e podemos começar a produzir mais conteúdos em inglês. O brasileiro transborda talento e isso precisa ser evidenciado aos quatro cantos do mundo.
A despeito do desrespeito e da má vontade de qualquer governo ou de políticas públicas desfavoráveis com as quais temos lidado nos últimos anos. Eu quero fazer parte dessa revolução… Mas para isso é preciso atitude e abrir mão de qualquer zona de conforto, de papéis irrelevantes e se jogar no mundo, correr riscos e acreditar no seu taco… Se tudo der errado, na verdade, já deu certo pela vivência e experiência. A vida é curta para ser pequena.
Você foi reconhecido como o pai de Gabriela e avô de Felipe. O que a paternidade trouxe para a sua vida?
Eu não tive o privilégio de ter filhos biológicos, portanto, abracei as duas filhas da Cris como minhas filhas. Estamos casados há 20 anos e tive a oportunidade de viver a paternidade de uma forma peculiar, mas nem por isso me sinto menos pai de nenhuma das duas. A Maria Paula e a Gabriela são minhas filhas do coração e o Felipe um neto verdadeiro. Agora, ainda tem mais uma novidade: vamos ser avós de novo! Está chegando a Zazá, filha da Paulinha e do Luís Octavio!
Vai aproveitar a ida à Austrália para aprimorar o seu inglês?
Já estou aqui há cinco dias. O corpinho já chegou, mas a alminha está vindo devagar (risos). Vou aprimorar o inglês e ficar preparado para esse novo mundo do streaming. Com tantas produções acontecendo e o intercâmbio intenso de atores, diretores e produtores, ou seja, o mundo está cada vez menor. Então, vamos correr riscos, que isso é que dá sabor à vida. Só volto em outubro para o nascimento da Zazá.
Quais são os planos para este ano?
Agora, minha motivação maior é reservar metade deste ano para ficar na Austrália, onde mora à minha filha Gabriela com o meu neto Felipe, que já está com 17 anos – estamos morrendo de saudade, a pandemia atrapalhou os nossos planos de estarmos juntos nos últimos anos, isso é uma eternidade para os avós (risos).
Por aqui, como foi dar vida ao personagem Eike Batista no filme Eike – Tudo ou Nada?
O desafio foi grande, pois se trata de uma pessoa contemporânea e a busca foi por uma criação sobre uma personagem e não uma caricatura. O Eike é uma personalidade riquíssima, sobretudo pelas escolhas corajosas que ele fez em toda sua trajetória. A intenção do filme é retratar aquele momento político econômico do Brasil com a descoberta do pré-sal. Todo mundo vai querer saber como um homem tão rico e poderoso veio a ter um fim tão surpreendente e triste.
Tração é outro filme a ser lançado. O que pode adiantar sobre esse trabalho?
É um filme de ação sobre o universo de motocicletas m que interpreto o vilão Fernando Di Mello, um empresário brasileiro bem-sucedido, mas que tem uma personalidade sombria. A direção é do André Luiz Camargo, que além de ator e diretor, é atleta de motociclismo e trouxe sua experiência para contar uma história eletrizante, com cenas de ação, numa grande aventura sobre duas rodas. O elenco é sensacional e conta com atores como Marcos Pasquim, André Ramiro, Maurício Meirelles, Bruna Altieri, Fiuk, Duda Nagle, entre outros.
Recentemente, você gravou a série El Presidente, no Uruguai. Que boas recordações tem da viagem ao país?
Foi uma experiência incrível, uma produção internacional jamais vista em terras uruguaias. Centenas de profissionais, de várias nacionalidades, falando línguas diferentes, mas todos imbuídos de contar uma história eletrizante sobre a trajetória de um dos mais longevos presidentes da FIFA. Foram meses de trabalho, no meio da pandemia, sob a direção de Armando Bó, que ganhou um Oscar em 2015 por Birdman. Tenho a impressão que a série vai dar o que falar até porque estamos próximos da Copa do Mundo e o assunto tem uma sinergia fantástica e oportuna.
Como foi participar da segunda temporada do seriado que traz a história de João Havelange?
A primeira temporada, já disponível na Amazon Prime, conta uma parte da história e eu, particularmente, fiquei encantado com os atores e a direção. A segunda tem elementos que nos tocam profundamente como o tricampeonato na Copa de 1970, durante o regime militar.
Muitas cenas são de conhecimento público da época, outras são surpreendentes e nos remetem a um passado glorioso, mas ao mesmo tempo obscuro, pois os veículos de comunicação eram precários e nem tudo o que se via era a realidade dos fatos e dos acontecimentos. Além da incrível trajetória do João Havelange no comando da instituição, isso já é uma epopéia.
Este ano você completa 60 anos. Como irá comemorar a data? Que presente gostaria de ganhar?
Nossa… Para falar a verdade, nem imaginava que chegaria tão longe… Mas aqui estamos, cheios de vida e quem vai dizer para o meu cérebro que não tenho 30 anos? Apesar das rugas e das dores nas costas (risos), enquanto tem bambu, tem flecha… Então, vamos em frente e ver o que ainda podemos fazer para deixar boas lembranças para os que ficam. Quando eu morrer, quero briga de tapa para ver quem vai carregar a alça do meu caixão. (risos).
Dia 25 de julho, no meu aniversário de 60 anos, quero estar cercado da minha família, em alguma praia linda de Queensland, em volta de uma fogueira, tomando um bom Shiraz australiano e imaginando que tudo que fiz até aqui foi ter ouvido mais o meu coração do que à minha razão.
O carioca Márcio Gomes é apaixonado pelo jornalismo, tanto que o escolheu como profissão. Passou por diversas redações, já foi correspondente estrangeiro dos títulos da Editora Impala de Portugal como Nova Gente, Focus, Boa Forma, e editor na revista de BORDO. Escreveu para várias publicações como Elle, Capricho, Manchete, Desfile, Todateen, Shape, Seleções, Agência Estado/Estadão, O Fuxico, UOL, entre outros.