Os telespectadores do SBT tomaram um verdadeiro susto na tarde desta terça-feira (6) ao verem que a emissora começou a exibir um série de vinhetas de tom bastante nacionalista, em apoio ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Em uma delas, depois de apresentar imagens de pontos turísticos do Brasil, o locutor Carlos Roberto anuncia: “Brasil, ame-o ou deixe-o”, em resgate da frase emblemática que se tornou popular durante a Ditadura Militar (1964-1985).
O slogan surgiu durante o governo de Emílio Garrastazu Médici, entre 1969 e 1974, período marcado por dura repressão e que ficou conhecido como “Anos de Chumbo”, nos quais os governantes tinham total poder de punir arbitrariamente os opositores do regime.
Durante o governo Médici, 98 pessoas foram mortas por motivações políticas, segundo a CNV (Comissão Nacional da Verdade). Além disso, 180 presos políticos foram assassinados durante a Ditadura Militar.
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Cada uma das vinhetas do SBT ganhou uma trilha diferente. A do “Ame-o ou deixe-o” é acompanhada pelo nosso Hino Nacional. Na internet, milhares de pessoas estão falando sobre o comercial, veja alguma a seguir.
O que o SBT quer insinuar com isso? pic.twitter.com/s7Tc0ucrb2
— Alef de Lima (@limaalef) November 6, 2018
O SBT está usando o lema da ditadura militar: "Brasil, ame-o ou deixe-o". A mesma imprensa que foi censurada na ditadura revela um saudosismo masoquista na tentativa de agradar Bolsonaro. O medo de perder verba publicitária é maior que a dignidade.
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) November 6, 2018
Viado! To toda cagada com o "Brasil: ame-o ou deixe-o" que passou na propaganda do SBT
— Gê (@gjacobi89) November 6, 2018
Poxa SBT, logo tu usando slogan da ditadura? 💔 O termo era dirigido a quem se opunha ao governo na época. pic.twitter.com/CwGDdcXJ2y
— Bruno Monin (@BrunoMonin) November 6, 2018
Já deu para perceber que o medo de perder a verba publicitária é maior do que a dignidade, né Silvio Santos? Bolsonaro disse que queria o Brasil como há 50 anos e o SBT atendeu ao pedido e fez uma propaganda com o lema da ditadura militar.
— Marco Maia (@DepMarcoMaia) November 6, 2018