Atenção noveleiros de plantão. A Globo prepara para breve mais um remake de uma obra cultuada pelo público e crítica, e que marcou época.
Depois de “O Astro” (2011), “Ti Ti Ti” (2011), “Gabriela” (2012), “Saramandaia” (2013), “Guerra dos Sexos” (2013), “O Rebu” (2014), “Meu Pedacinho de Chão” (2014) e “Haja Coração” (2016) – um reboot de “Sassaricando” (1987) – nesta década, e em vias de lançar “Éramos Seis”, cuja estreia está programada para outubro, na faixa das 18h, o canal vai tirar do papel uma releitura de “Os Ossos do Barão”, inspirada na icônica peça de Jorge Andrade (1922-1984), de 1963.
Em 2010, a três anos do cinquentenário de criação da obra, a Globo adquiriu os direitos de produção do título para a TV. A ideia, a princípio, era produzir uma nova versão em 2013, como forma de homenagear os 40 anos da primeira adaptação para a TV, em 1973, via plim plim. Na época, a narrativa, escrita pelo próprio Jorge Andrade e dirigida por Régis Cardoso (1934-2005), contou com um elenco estelar: Lima Duarte, Paulo Gracindo (1911-1995), Dina Sfat (1938-1989), José Wilker (1944-2014) e Renata Sorrah.
Em 1997, para a surpresa da Globo, o SBT saiu na frente e tirou do papel a sua releitura de “Os Ossos do Barão”. Escrito por Walter George Durst (1922-1997), com colaboração de Duca Rachid (coautora de “Órfãos da Terra”) e Mário Teixeira (autor de “O Tempo Não Para”), que tocaram o projeto com o câncer e morte de Durst, e dirigido por Nilton Travesso e Antonio Abujamra (1932-2015), o folhetim enfileirou outra tropa de estrelas: Juca de Oliveira, Leonardo Villar (que participou da versão da Globo), Tarcísio Filho, Ana Paula Arósio, Cleyde Yáconis (1923-2013), Jussara Freire, Othon Bastos, Dalton Vigh, Rubens de Falco (1931-2008), Denise Del Vecchio, Tânia Bondezan, Petrônio Gontijo, Bete Coelho e Otávio Müller.
Desde a reaquisição dos direitos, havia um temor por parte da Globo de Silvio Santos sacar da cartola, como lhe é peculiar, uma reprise da novela, a fim de jogar água no chope da concorrente. Porém, a exemplo de “Éramos Seis”, o SBT não possui mais os direitos de exibição da trama, em razão do acordo da emissora da família Marinho com os titulares ou herdeiros das obras – no caso da substituta de “Órfãos da Terra”, com Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, os coautores.
Cotada
Na Globo, a releitura de “Os Ossos do Barão” deve ficar a cargo de Duca Rachid, aqui em voo solo, sem a parceria da sempre colega Thelma Guedes. Pelo menos foi o que se cogitou tão logo os direitos foram adquiridos, dado todo o envolvimento de Duca com a versão do SBT.
Mais um
Além de “Os Ossos do Barão”, a Globo vai revisitar outra história icônica em breve. Ricardo Linhares, autor de “Se Eu Fechar os Olhos Agora”, trabalha na releitura de “O Grito” (1975), novela das 22h escrita pelo mesmo Jorge Andrade. O projeto vai resultar em uma minissérie de 10 capítulos.
Fica a dica
O amigo Duh Secco (acesse a coluna dele clicando aqui), aquela enciclopédia noveleira ambulante, em razão da edição de terça-feira (23) desta coluna, que destacou a reportagem “Band perde audiência com novelas turcas e abre mão de grande jogada”, deu uma sugestão muito da proveitosa. Em vez de exibir os dramalhões turcos, por que a Band não adquire alguma novela da portuguesa TVI, cujo casting é repleto de brasileiros?
24h no ar
Ainda sobre o canal do Morumbi, a coluna também deixa no ar outra pergunta: em vez de enlatados como “Vídeo Incríveis” e reprises do “Jogo Aberto” e “Os Donos da Bola”, por que a Band não segue os passos do SBT e aposta em jornalismo nas madrugadas, das 3h às 6h? A BandNews, que ocupa a faixa das 6h às 7h atualmente, dispõe de material para isso. Ou não?
Bom gosto
De muito bom gosto as chamadas anunciando a reprise de “Por Amor” (1997), clássico de Manoel Carlos que volta ao “Vale a Pena Ver de Novo” no próximo dia 29. A ideia de colocar Regina Duarte (Helena), Susana Vieira (Branca Letícia de Barros Mota) e Vivianne Pasmanter (Laura) narrando o material foi um acerto e tanto.
Pé esquerdo
A estreia, nesta terça-feira (23), da nova macrossérie da Record, “Jezabel”, deixou a emissora de Edir Macedo em terceiro lugar na Grande São Paulo. Segundo dados ainda prévios, a produção protagonizada por Lidi Lisboa assegurou média de 10,5 pontos, contra 28,7 da Globo e 11,1 do SBT.
João Paulo Dell Santo consome TV e a leva a sério desde que se entende por gente. Em 2009 transformou esse prazer em ofício e o exerceu em alguns sites. No RD1, já foi colunista, editor-chefe, diretor de redação e desde 2015 voltou a chefiar a equipe. Pode ser encontrado nas redes sociais através do @jpdellsanto ou pelo email [email protected].