BBB 2022: Juliette e Gil do Vigor não inventaram a nordestina e o gay afeminado

Matheus Henrique Menezes

25/01/2022

Gilberto e Juliette

Gil do Vigor e Juliette Freire têm virado assunto em tempos de BBB 2022 (Imagem: Reprodução / Instagram)

O BBB 2022 começou na última segunda-feira (17) e, como toda vez, o público compara elementos e participantes atuais, com o que aconteceu nos anos passados. Repercutindo uma comparação insistente nas redes sociais, é gritante lembrar que Juliette Freire e Gil do Vigor não inventaram a nordestina e o gay “afeminado”.

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Em todos os anos, a produção do Big Brother Brasil seleciona perfis específicos de pessoas, que vão se intercalando ao longo das temporadas. Inevitavelmente, essa atitude indireta dá vez a estereótipos, que também acabam estigmatizando os brothers e sisters.

Quando surgiram os nomes de Eslovênia e de Vinicius, naturalmente compararam com Juliette e Gil, tanto pela semelhança estética (apesar de distante), quanto pelos traços que envolvem a região do Brasil e a sexualidade, respectivamente.

Cada participante do BBB 2022 tem a própria história e protagonismo!

Muita gente tem acusado Vyni de copiar o ex-BBB, por ser um homossexual que não liga para essas cobranças de ser mais ou menos masculino, por ser divertido, pela personalidade expansiva e por bordões que alegram o público.

Isso tudo é igual, mas… Gil não inaugurou esse jeito de ser, nem mesmo na TV. Já temos grandes referências como David Brazil, no BBB o próprio Dicesar e Serginho Orgastic (de 2010), Vera Verão ou personagens de Paulo Gustavo, por exemplo, ou nomes grandes da música como Pabllo Vittar.

Vale o mesmo para a Eslô, que a acusam de forçar o sotaque e relembrar elementos nordestinos para tentar o mesmo sucesso de Juliette. Não! Isso é a identidade do Nordeste, ter o sotaque, seu jeito de falar, expressões e comidas típicas.

Muitos internautas têm saturado de forma xenofóbica o meme de “engolir o preconceito com farinha” (trecho da música da ex-BBB e cantora) e do cuscuz. Farinha e cuscuz não são atrativos turísticos; são alimentos que fazem parte do cotidiano normal de todo nordestino.

Até mesmo o chapéu de cangaceiro, trazido por alguns, mesmo não sendo um elemento de dia-a-dia, não é algo forçado. São símbolos dessa cultura, por muitas vezes marginalizada, ostentados com muito orgulho. Nordestino não é personagem; nordestino é vivência, é jeito de ser.

E antes de um LGBTQIA+ ter espaço em rede nacional, muitos outros deram o sangue para que isso fosse possível. Respeitem Gil do Vigor; respeitem Juliette Freire; e respeitem cada pessoa por sua cultura e jeito de ser.

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Matheus Henrique Menezes
Escrito por

Matheus Henrique Menezes

Oficialmente redator desde 2017. Experiências como editor e social media. Já escrevi sobre famosos, TV, novelas, música, reality show, política e pauta LGBTQIA+. Vídeos complementares no YouTube, no canal Benzatheus.