Durante a campanha para a presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) chegou a declarar que manteria a distribuição de verbas do governo para propaganda da forma como vinha sendo feita há anos: a Globo, por dar mais audiência, receberia mais. Um estudo da Vortex Media BR, porém, mostra que Bolsonaro diminuiu os gastos com a emissora-líder, injetando dinheiro no SBT e, especialmente, na Record.
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O levantamento traz o investimento da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) em propagandas para o governo nos cinco canais mais famosos da TV aberta versus a audiência destas estações em 2018 – a última média anual consolidada.
A Globo, mesmo com 36,4% de audiência, recebe apenas 18% dos investimentos da Secom para comerciais do governo federal. Já a Record é a queridinha da gestão Bolsonaro: mesmo detendo apenas 15% de audiência – menos da metade da Globo –, o canal leva 34,8% do dinheiro de propagandas relacionadas à presidência da República.
A estação da família Marinho também fica atrás do SBT, com 14,9% de audiência e 27,3% da verba publicitária. A Secom também injetou grana na Band (3,2% de audiência; 6,0% do investimento) e na RedeTV! (1,3% e 3,0%); a Globo, como se vê, foi a única a sofrer redução do dinheiro gasto em campanhas publicitárias pró-Bolsonaro.
O estudo da Vortex Media BR trouxe também os valores gastos pela Secom entre 2014 (com Dilma Rousseff, do PT, na presidência) e 2019. Band manteve os 6% de investimentos. A RedeTV! foi de 2% para 3%. O SBT foi de 16% para 27%, enquanto a Record subiu de 14% para 35% – juntas, somavam 30%; hoje, 62%. A Globo, por sua vez, caiu de 42% para 18%.
Cabe lembrar que o atual presidente conta o apoio declarado de Edir Macedo, Silvio Santos e Marcelo de Carvalho, donos de Record, SBT e RedeTV! – sócios em uma empresa que busca também por mais dinheiro das TVs fechadas. Com a Globo, Bolsonaro trava uma disputa ferrenha: ele alega que a emissora o persegue, devido ao tom adotado pelos telejornais da casa com relação a ele.
Confira:
Belo levantamento do @vortexmediabr mostra que TALVEZ Bolsonaro esteja privilegiando emissoras.
A Globo, com 36,4% da audiência, só fica com 18% da verba publicitária da Secom.
Já Record e SBT, que não superam 15% de audiência cada uma, levam juntas 62% do bolo pic.twitter.com/QCgLsN5GVx
— Rafael Neves (@contaneves) November 11, 2019
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