Boni critica demissões de veteranos da Globo e diz o que faria

Boni revelou o seu descontentamento com a demissão de atores veteranos da Globo (Imagem: Reprodução / TV Cultura)

Convidado do programa Do Bom e Do Melhor, de Catia Fonseca na Rádio Bandeirantes, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, criticou a Globo pelas recentes demissões de artistas veteranos. Para ele, alguns nomes como Tarcísio Meira e Glória Menezes não deveriam entrar na política de cortes implementada devido à pandemia do coronavírus.

“Não considero essas pessoas contratadas da Globo, eu considero sócios, investidores. Essas pessoas jamais poderiam ir embora porque você pode encerrar um contrato, mas não pode demitir o teu sócio. Eles são investidores da TV Globo”, afirmou o ex-Todo Poderoso da emissora carioca.

O diretor complementou: “Não é a TV Globo inteira, mas tem umas dez, 15 pessoas ali que teriam que ser mantidas para o resto da vida porque eles não foram lá por dinheiro. Eles acreditaram numa ideia. Então, são responsáveis pela construção da TV Globo”.

Boni citou ainda Regina Duarte, Francisco Cuoco e Daniel Filho como alguns desses “sócios”, que foram responsáveis por reerguer a emissora em um momento de crise. “Essas pessoas vieram naquela época, 1967, a meu convite e vieram acreditando em uma ideia”, lembrou.

“Eles não foram contratados pela TV Globo porque não havia dinheiro. A TV tinha praticamente ido quase à falência, dr. Roberto [Marinho] teve que empenhar tudo o que tinha na vida dele para recuperar os prejuízos iniciais”, complementou.

Questionado se entendia a TV hoje de forma mais fria por privilegiar fatores financeiros, Boni disse acreditar que a questão faz parte do posicionamento atual dentro do mundo corporativo. “A gente tem que imaginar que o mundo todo caminha para essa frieza, o que é uma pena, eu lamento muito. Mas a televisão é um negócio como outro qualquer, existe para ganhar dinheiro”, disse.

“De qualquer forma, a televisão se diferencia de qualquer outra empresa porque ela trabalha basicamente com uma coisa chamada talento. Pode ser no jornalismo, dramaturgia, musical, o que for. E ela lidando com isso, não tem condição nenhuma de imaginar que pode simplesmente focar no lucro e nada mais. Se não fosse assim, a TV Globo não teria surgido”, concluiu.

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