A Globo deve dar início, em breve, à produção da segunda temporada de Verdades Secretas. A novela das 23h, exibida com sucesso em 2015, vai lançar um novo modelo de produção para o Globoplay: tramas com 50 capítulos ou mais. Pensando nisso, o RD1 listou produções que merecem mais episódios. Ou, quem sabe, remake através do serviço de streaming.
VEJA ESSA
O Casarão
Exibida entre 7 de junho e 10 de dezembro de 1976, em 168 capítulos, substituindo o fenômeno Pecado Capital (1975), a trama de Lauro César Muniz é considerada uma das mais inovadoras da história da TV mundial. Contada em três tempos, o enredo falava de empoderamento feminino, da influência religiosa na sociedade e dos preconceitos de cada geração. O autor, cabe lembrar, está à disposição do mercado desde que deixou a Record – e após uma breve passagem pela Globo.
Dancin’ Days
Obra de Gilberto Braga, exibida 10 de julho de 1978 e 27 de janeiro de 1979. O autor apresentou sua marca logo nesta novela, trazendo temas como valores da classe média e das elites urbanas, usando o romantismo e o sarcasmo para tratar das histórias dos seus personagens. O próprio já manifestou o interesse de revisitar os capítulos; em cena, a disputa das irmãs Yolanda (Joana Fomm) e Júlia (Sônia Braga) pela menina Marisa (Gloria Pires), filha desta última.
Vale Tudo
Exibida de 16 de maio de 1988 a 6 de janeiro de 1989, a história de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, é vista por muitos como a melhor novela de todos os tempos. Com personagens imorais e inescrupulosos, a pergunta levantada pelo autor era “até que ponto valia ser honesto no Brasil?”. A questão ainda movimenta discussões em todos os meios, dos lares a estudos aprofundados. Além disso, o folhetim que mobiliza Raquel (Regina Duarte) e Maria de Fátima (Gloria Pires) é irresistível.
O Salvador da Pátria
Lauro César Muniz é o mestre em falar de problemas políticos do país e dos sentimos dúbios do ser humano. Entre 9 de janeiro e 11 de agosto de 1989, o enredo conseguiu grande sucesso entre o público e é lembrado até hoje como uma das melhores histórias dos anos de 1980. O foco estava em Sassá Mutema (Lima Duarte), sujeito sem muita cultura que chega ao poder através da manipulação de figuras controversas. E acaba por romper com o sistema.
Que Rei Sou Eu?
Os críticos consideram esta a melhor trama de Cassiano Gabus Mendes e também do horário das 19h. Transmitida entre 13 de fevereiro e 15 de setembro de 1989, a obra satirizou os problemas políticos e econômicos do país, apresentando um reino fictício, Avilan, cheio de corrupções e injustiças; perfeita para os tempos atuais, ainda mais agora que o humor da emissora tem se mostrado atento às movimentações de políticos e da sociedade…
Pantanal
De Benedito Ruy Barbosa, exibida entre 27 de março a 10 de dezembro de 1990 na extinta Manchete, a novela é considerada a mais bem-sucedida fora da Vênus Platinada. Um remake na emissora já foi cogitado tempos atrás; na ocasião, Silvio Santos adquiriu as fitas e reapresentou a original. Benedito, cabe lembrar, está fora do ar desde a conclusão de Velho Chico (2016), assim como suas filhas Edmara e Edilene e o neto Bruno Luperi.
O Dono do Mundo
Transmitida de 20 de maio de 1991 a 4 de janeiro de 1992, a novela de Gilberto Braga não alcançou bons números de audiência na época, mas se tornou uma obra icônica, principalmente pelo seu protagonista Felipe Barreto (Antônio Fagundes). Houve bastante crítica social sobre as ações de ricos versus pobres. A polêmica estava também na virgindade da protagonista Márcia (Malu Mader), tema que muitos ainda consideram tabus – especialmente quando associado às discussões religiosas.
Xica da Silva
Última novela de enorme repercussão da TV Manchete; a trama era sensual, realista e marcada pelas cenas de violência no período de escravidão no Brasil – com Taís Araújo na pele da escrava que virou rainha. Exibida entre 17 de setembro de 1996 a 11 de agosto de 1997, a obra de Walcyr Carrasco foi reprisada pelo SBT em 2005. O autor, embora tenha realizado outras produções de época, não voltou ao estilo desta que é considerada uma de suas melhores obras.
João Paulo Dell Santo consome TV e a leva a sério desde que se entende por gente. Em 2009 transformou esse prazer em ofício e o exerceu em alguns sites. No RD1, já foi colunista, editor-chefe, diretor de redação e desde 2015 voltou a chefiar a equipe. Pode ser encontrado nas redes sociais através do @jpdellsanto ou pelo email [email protected].