Juliana Paes abriu o jogo sobre o fim do seu acordo de exclusividade com a Globo. A atriz, intérprete de Maria Marruá no remake de Pantanal, contou que sua decisão foi tomada há alguns anos e provocada por uma crise nas gravações de A Dona do Pedaço (2019).
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“A cena em que eu dou à luz Josiane [personagem de Agatha Moreira], estou completamente no meio de uma crise. Minha sorte é que talvez o torpor da personagem tenha sido condizente. Naquela cena, havia um problema”, descreveu em entrevista ao jornalista Leo Dias, do Metrópoles.
“Os refletores convergindo… Eu falei que não estava bem, estava me sentindo tonta. O médico teve que vir me atender no Projac. Nisso a Globo sempre me deu muito suporte”, garantiu a famosa, que complementou sobre o segundo argumento que motivou sua ação:
“Segunda coisa que aconteceu foi esquecer uma apresentação do meu filho na escola, essa matou. Ele que me falou ‘mãe, você não foi’. Os pais eram convidados a passar um momento com as crianças ali, dentro da sala de aula, e eu com a cabeça enlouquecida, só pensava em decorar texto, esqueci. A culpa é um sentimento muito indigesto, você fica repassando aquilo na cabeça”.
Antes, Juliana Paes interpretou Bibi Perigosa em A Força do Querer (2017). “Quando eu fiz a Bibi, que foi uma novela de muito sucesso, já terminei muito cansada, e com uma sensação de que eu não estava me cuidando. Acordando sem voz, um cansaço que eu não conseguia recuperar em um domingo de descanso, que era o que eu tinha na época”, recordou.
Juliana Paes revela convite de Amora Mautner
Logo depois, a diretora Amora Mautner convidou Paes para o papel de Maria da Paz. “Ela [Amora] me convidou, e eu adorei a personagem. E aí falei ‘ah, tudo bem. Eu aguento um pouquinho’. Maria da Paz mexeu em umas coisas comigo, foi bom mexer nessas caixinhas”, admitiu.
“Porém, era um roteiro que 80% era em cima da personagem. Eu rodava todos os cenários, gravava de segunda a sábado, feriado, sem parar… E aí comecei a perceber que eu estava negligenciando minha saúde física e mental, e meus filhos também. O buraco começou a ficar mais embaixo”, confessou.
Depois disso, a artista decidiu pelo fim do acordo de exclusividade. “Comecei a pensar nisso, em espaçar as produções, mas tinha um contrato fixo com a Globo. A gente acaba sendo bastante acionado. Para mim, eticamente, é muito complicado eu estar ali, contratada, recebendo um salário todo mês, e me convidarem para uma coisa e eu dizer ‘não quero fazer, não estou afim'”, declarou.
“Comecei a não me sentir mais confortável com esse modelo de contrato. Simplesmente quis mudar o modelo de contrato para ter escolha. A possibilidade de dizer que não quero fazer isso agora, e fazer com a cabeça tranquila, porque não tenho um contrato me obrigando. Essa palavra é muito grande, mas é chato”, completou.
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Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].