Culto de Bolsonaro na TV Brasil configura crime de responsabilidade, aponta especialista

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Presidente Bolsonaro em culto exibido na TV Brasil (Imagem: Reprodução / TV Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou por mais de uma hora de um culto evangélico transmitido pela TV Brasil. Segundo um especialista, o “capitão” cometeu crime de responsabilidade pela permissão da transmissão na TV estatal.

Ao O Antagonista, o ex-secretário de Justiça do estado de São Paulo Belisário dos Santos Júnior lembrou que o país “é um estado laico que garante a liberdade de culto”, mas ressaltou:

“O presidente vai ao culto que ele quiser. Mas as instituições do Estado, como a televisão pública, não podem ser colocadas a serviço de uma fé, propagando-a. Uma coisa é entrevistar o presidente, outra muito diferente e que viola a distinção entre Estado e Igreja é transmitir o culto”.

Além dele, o constitucionalista Guilherme Amorim destacou que a ida de Bolsonaro ao culto não é problema, mas a infração está em “ele usar o cargo para favorecer um credo em detrimento de outras religiões”.

“Uma coisa é transmitir o que o presidente fez, sua agenda, inclusive em caráter particular, como seu fim de semana, se fez churrasco, foi à missa ou à casa da mãe. Outra coisa, bem diferente, é fazer proselitismo. TV Pública não é para isto. Isso caracteriza falta de impessoalidade”, apontou.

No culto, Jair Bolsonaro causou polêmica e disse que a eleição de 2018, da qual foi vencedor, foi fraudada e disse que o Brasil registrou menos mortes por Covid-19 do que foi apresentado pelo Ministério da Saúde.

“Se nós retirarmos as possíveis fraudes, nós vamos ter em 2020, ou melhor, teremos em 2020 sim, o Brasil com o menor número de mortes por milhão de habitantes por causa da covid. Que milagre é esse? O tratamento precoce”, garantiu.

“Quem aqui tomou hidroxicloroquina? Querem prova maior? Eu tomei. Outros tomaram ivermectina. Outros em estado mais grave, alguns poucos porque é difícil encontrar no Brasil, [tomaram] a proxalutamida”, afirmou.

As afirmações sobre a fraude na eleição de 2018 e o número de mortos pelo coronavírus foram dadas por Bolsonaro sem qualquer prova material.

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