Danilo Gentili diz que polêmica virou assunto na Globo por causa de Fábio Porchat e desabafa

Danilo Gentili

Danilo Gentili voltou a falar de polêmica envolvendo filme (Imagem: Reprodução / SBT)

Danilo Gentili voltou a comentar sobre a polêmica acusação de apologia à pedofilia com o filme Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola (2017). O humorista fez críticas ao que chama de patrulhas da direita e da esquerda.

Em entrevista à Crusoé, o apresentador do The Noite, do SBT, declarou quais as semelhanças e diferenças da perseguição de que já teria sofrido durante os governos do PT e as do atual governo.

“Eu sou comediante, não militante. Embora essa seja a minha profissão, como eleitor eu me nego a ser palhaço. Se prometeu e não cumpriu, deve ser cobrado e criticado”, disparou ele.

A respeito dos ataques dos bolsonaristas, ele decretou: “Algum discurso bolsonarista não é hipócrita? Cito algumas outras coisas que destoam bem: um cristão pode dizer que deseja câncer, tortura ou fuzilamento para alguém? Alguém que diz combater a corrupção pode se orgulhar de acabar com a Lava Jato e proteger a rachadinha? Alguém que se diz contra a mamata pode flertar com (a ideia de) transformar o filho em embaixador nos Estados Unidos e liberar bilhões para o fundo partidário em um momento em que o país está quebrado? São muitos exemplos, não é?”.

Na entrevista, Gentili ainda “agradeceu” ao Secretário Especial da Cultura, Mario Frias, pela promoção de seu filme, que virou um dos mais assistidos da plataforma de streaming após a polêmica. “Depois dizem que ele [Frias] não fez nada para incentivar o cinema nacional. Meu filme, pelo menos, ele ajudou demais”, ironizou.

O famoso também aconselhou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Justiça, Anderson Torres, assistissem uma comédia para “relaxarem e refletirem”. “Eu recomendo ‘O Mentiroso’, de John Kerry”, afirmou.

Danilo Gentili alfineta Fábio Porchat

O longa polêmico, disponível na Netflix, chegou a ser censurado após ser acusado de promover a pedofilia devido a uma cena em que o personagem de Fábio Porchat tenta abusar dos protagonistas, dois adolescentes.

Inclusive, para Gentili, foi o fato da participação do global que fez com que o assunto ganhasse as manchetes de telejornais da Globo e GloboNews.

“Só lamento que, às vezes, a fiscalização e a luta pela liberdade valham para um lado só. Posso dar outro exemplo recente: faz um ano que os deputados bolsonaristas pediram minha prisão ao STF e, em seguida, pediram a censura das minhas redes. Isso é gravíssimo. Mais grave que essa censura do filme. Não virou notícia na GloboNews nem no Jornal Nacional. Será que por que agora tinha um global (Porchat) na cena, isso mereceu destaque?“, questionou o famoso.

Gentili acrescentou: “Se analisarem o Jornal Nacional, nem citam o meu nome. E fui eu quem o ministro da Justiça citou nesse episódio. Eu sempre digo: o problema nunca é o que se fala ou o que se faz, sim quem fala e quem faz. Isso não é saudável para se construir valores consistentes. Precisamos pensar mais em defender alguns valores absolutos e menos em defender discursinhos ou patotas”.

Da Redação
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