Erika Januza abriu o jogo sobre fase complicada que enfrentou (Imagem: Reprodução / Instagram)
Quem vê Erika Januza brilhando com sua personagem em Verdades Secretas 2, não imagina o que ela passou quando mais nova. Em entrevista ao jornal Extra, a atriz revelou que sofreu com o racismo desde pequena:
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“Na minha casa, a gente não conversava sobre as questões da negritude. Éramos negros e ponto. Vivi muitos momentos tristes na escola que não compartilhei com meus pais, coisas cruéis que eu ouvia e estão marcadas em mim até hoje”.
“É muito importante os adultos conversarem com as crianças, estimularem sua autoestima, destacarem seus valores, com o cuidado de não deixá-las crescerem vaidosas demais. Quando eu for mãe, vou enaltecer a beleza do meu filho ou da minha filha, mostrar que a diversidade existe e tem que ser respeitada”, completou.
A famosa ainda desabafou: “Cresci sendo julgada como feia. Eu era a amiga em que as mães confiavam para sair junto com suas filhas porque era quietinha e não chamava atenção dos meninos. Eu era só a neguinha do cabelo duro. Isso me magoava, e eu me fechava ainda mais na minha timidez. Lembro com tristeza, mas também penso: ‘Olha aí, Erika, onde você conseguiu chegar, apesar de’. A gente não pode deixar que ofensas virem verdades“.
Erika, que já coleciona diversos trabalhos, relembrou as recusas em sua trajetória. “Eu não era uma menina com boa autoestima. Apesar disso, sonhava ser modelo. Quando chegava para algum casting em agência, já me olhavam estranho. Primeiro, porque eu não tinha altura para a profissão. Depois, porque meu cabelo era alisado, não refletia a minha essência. Mas ele me fazia feliz, por me proteger dos comentários maldosos. Levava muitos nãos, mas não desistia“, contou.
“Aos 17 anos, comecei a participar de concursos de beleza. Foram muitos! Às vezes, dependia de cupom de jornal. Eu pegava os exemplares para vender na rua só para pedir o cupom que tinha dentro. Ganhei dois concursos, e essas duas vitórias foram debaixo de protestos”, disse.
“Como uma menina negra podia ser a mais bonita? As mães das outras candidatas me xingavam. Teve concurso que eu não ganhei e que os jurados vieram falar pra mim que tinha acontecido alguma coisa errada, porque de acordo com os votos deles seria meu o primeiro lugar“, recordou.
Personagem importante
Erika ainda abriu o jogo ao falar da importância de sua personagem Laila no folhetim de Walcyr Carrasco:
“Laila entra numa busca desenfreada por um corpo perfeito, que não existe. O grande alerta é o cuidado com a automedicação, o abuso dos remédios para emagrecer. Quis perder bastante peso para contar essa história, achei que seria coerente. Procurei um médico ortomolecular, um nutricionista e um chef de cozinha, para a preparação das comidinhas saudáveis”.
“Eu nunca tinha feito dieta na vida e segui à risca o que me recomendaram. Não passei fome, tinha até meu dia de junk food, em que eu abusava dos empanados, que amo! No dia seguinte, voltava ao jejum intermitente e à alimentação regrada. Do manequim 38 fui ao 34, as roupas já estavam caindo. Era hora de parar de emagrecer”, explicou.
“Com 1,66m de altura, cheguei aos 49kg. Agora, estou fazendo o caminho inverso, para ficar mais forte para viver a policial Sarah, de ‘Arcanjo renegado’. Já ganhei uns quatro quilos e estou malhando para, talvez, voltar aos meus 59kg/60kg“, finalizou.
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