Há pouco tempo no ar em Pantanal, Gabriel Santana, intérprete do Renato, tem chamado a atenção como um dos filhos fora do casamento de Tenório, personagem de Murilo Benício.
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Em conversa exclusiva com o RD1, o ator contou que já estava assistindo à trama como telespectador e revelou as suas expectativas em entrar em produto que já está no ar e fazendo tanto sucesso.
“Eu espero que eu continue mandando tão bem quanto está todo mundo [do elenco] mandando. E que o público se identifique com o meu personagem, seja odiando, já que ele vai chegar pra causar, ou gostando dele”, adiantou o artista, deixando um gostinho de quero mais para a história do rapaz: “Para descobrir vai ter que assistir à novela”.
Atuando ao lado de veteranos na dramaturgia, o global explicou ainda como se sentiu ao saber com quem dividiria cena: “Quando eu descobri quem seriam os atores integrantes da minha família eu fique muito ansioso, eu achei muito bom estar no meio de atores tão talentosos, que estão no meio há um tempo”.
Em seguida, Gabriel Santana revelou que chegou a assistir um pouco da primeira versão da trama – da extinta TV Manchete, na década de 1990 -, mas preferiu não ver muita coisa para não ficar preso no que já foi feito.
Inclusive, o núcleo da segunda família de Tenório está diferente, já que para o atual folhetim, Bruno Luperi, roteirista do remake Pantanal, quis abordar o racismo e optou por colocar a história de uma família negra.
“Os personagens vão ser muito diferentes, porque estamos falando de uma contemporização de novelas e também porque o Bruno Luperi escreveu essa segunda família do Tenório como sendo uma família preta. Então, as culturas são completamente diferentes, os pontos de vista, como a sociedade de te vê. Intrinsecamente, o personagem foi alterado”, detalhou.
Questionado sobre a importância da inserção de um núcleo composto por atores negros perante às necessidades do mundo contemporâneo, Gabriel refletiu:
“Eu acho muito importante. Teve um crescimento grande de autores pretos comparado com a década de 90, mas não é algo que está a pé de igualdade”.
“Pensando em um produtor de elenco, se não vem escrito: ‘ator, negro, de tantos anos’, a probabilidade de no teste só ter candidatos homens brancos de ‘x’ anos é gigantesca“, contextualizou ele, que confessou: “Eu raramente faço teste onde todos os atores não sejam pretos”.
“Se a gente pensa no Brasil, onde a gente está falando de um país com mais de 50% da população preta, se a gente fosse falar em representatividade, a gente teria que falar em, pelo menos, 50% das pessoas pretas”, ressaltou o famoso, que acredita que aos poucos a situação está mudando: “É algo que estamos evoluindo, a rede Globo vem se conscientizando”.
“A simples representatividade de uma pessoa preta na TV, já fala muito, já mostra uma acessibilidade que vem em uma crescente”, declarou o intérprete de Renato, que continuou:
“Essa contemporização de uma família preta na TV para debater o racismo de uma maneira geral, eu acho muito importante porque as novelas brasileiras de uma maneira geral, sempre tiveram um viés moral muito grande, mas hoje em dia, estão usando as novelas também para levantar pautas interessantes, como machismo, LGBTQIA+fobia, racismo”.
Gabriel Santana recorda trabalhos anteriores
Cabe lembrar que, antes de Pantanal, o artista esteve em Malhação – Toda Forma de Amor e em Chiquititas, novela do SBT que marcou a sua estreia na TV.
“Chiquititas foi minha primeira oportunidade, foi minha porta de entrada“, disse o famoso, explicando que aprendeu muitas coisas sobre atuação nesse trabalho.
Questionado se acredita que o seu papel em Pantanal seja um divisor de águas em sua carreira, o ator de 22 anos pontuou: “Eu tento encarar todo o personagem que eu faço como um divisor de águas para minha carreira”.
