A atriz Heslaine Vieira renovou seu contrato com a Globo por um longo prazo. Ela faz parte do elenco da próxima novela das seis, Nos Tempos do Imperador, e já está confirmada na segunda temporada de As Five.
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“Fazer personagens desafiadores e tão diferentes é o sonho de qualquer ator, ainda mais na minha idade (ela tem 25), começando a carreira. E o protagonismo negro é muito significativo. Vi outro dia um post da Taís Araújo e lembrei que foi importante ter visto uma protagonista negra e potente em “Da cor do pecado” durante a minha infância. Foi ali que decidi que queria ser atriz. É muito válido que a gente esteja discutindo representatividade na TV. Quando a Globo me oferece essas personagens, é sobre isso. Se não fosse a pandemia, eu diria que estou nas nuvens”, contou em entrevista à Patrícia Kogut.
Após uma paralização em razão da pandemia do novo coronavírus, a musa retomou as gravações do folhetim da Globo na semana passada. Na produção, ela dará vida à Zayla, uma princesa da Pequena África, que será rival da mocinha da história, interpretada pela parceira de As Five Gabriela Medvevoski:
“Minha personagem é forte, determinada, vai atrás do que quer. Sinto nela um questionamento constante, ela vê os movimentos da sociedade. Está um passo à frente do seu tempo. Mas é uma menina. E, às vezes, quando você é jovem, acaba errando e pegando caminhos que não são os melhores. Isso a torna humana também”.
Assim que acabar a produção da novela, no segundo semestre, Heslaine já emendará com a série de Cao Hamburguer. Interpretando a jovem Ellen, na primeira temporada ela protagonizou cenas quentes com Matheus Campos, o Lito.
“O roteiro do Cao é atemporal. Ele faz tudo de uma forma sensível e delicada. Ainda não deixaram de ser tabus esses assuntos (relacionados a sexo). Mas ele provoca um questionamento, uma interrogação, e aí atinge o objetivo. Meu termômetro é a minha avó, de 84 anos. Ela ficou apaixonada por Ellen e Lito e é fã de Limanta (casal formado por Lica e Samantha). Ela começou a conversar comigo sobre drogas, sexo, masturbação feminina, coisas sobre as quais nunca imaginei que falaríamos”, revelou.
Preconceito também foi uma pauta discutida na primeira fase, que também já fez parte da vida da artista:
“É uma questão que toca muito. Na época, eu não era da área artística. A pessoa fez uma agressão contra o meu cabelo, e eu fui silenciada. Estava fragilizada. Agora, depois de tanta coisa, que estou aprendendo, vou me posicionando cada vez mais. Não posto textão, mas mostrar o meu black power numa foto já é um ato de resistência. Esperam que a gente chore, sofra, perca pespectivas e não se una, mas estamos fazendo o movimento inverso”.
