Foi consenso na web e na audiência: na TV, fora a cobertura jornalística da Globo, a grande homenagem a Gugu Liberato se deu no Domingo Legal de Celso Portiolli. O DL do último domingo (24), no ar dois dias após a confirmação da morte cerebral de Gugu, trouxe convidados ligados ao apresentador e à atração, além de resgatar imagens de arquivo do responsável pelo nascimento e pela consolidação do programa.
VEJA ESSA
Mais do que isso: Celso resgatou a alegria que fez de Gugu um grande nome e do Domingo Legal a opção de boa parte dos brasileiros durante anos. Tal característica é perene à produção. De todos os dominicais em exibição hoje, o Domingo Legal é o único que conserva este DNA festivo. O domingo na TV virou sinônimo de agonia. A cobertura em tom fúnebre da Record, com Luiz Bacci, Geraldo Luís e Rodrigo Faro, é mais um exemplo disto.
Muito se falou nos últimos dias, em parte por conta do choque com a partida repentina de Gugu, sobre os domingos mais alegres dos anos 1990. Não se trata de saudade das baixarias de Augusto Liberato e de seu concorrente Fausto Silva, com a exposição de figuras “peculiares” e corpos desnudos. O público sente falta mesmo é da euforia, da surpresa… De ligar a TV sabendo que terá, após a semana exaustiva, a oportunidade de relaxar.
Basta ver o sucesso do Domingo Legal frente ao Domingo Show. Enquanto Portiolli aposta em brincadeiras e games, Geraldo Luís investe no chororô. “Histórias de vida” com o claro objetivo de levar personagens e público às lágrimas. A fórmula já dá sinais de esgotamento no programa de Rodrigo Faro. E logo vai minar a atração de Eliana no SBT.
É difícil constatar também que figuras como Gugu Liberato e Celso Portiolli estão cada vez mais raras… A espécie “animador de auditório” está em extinção. Fausto Silva, Raul Gil e Silvio Santos, grandes representantes deste estilo, não disfarçam o cansaço. Ratinho, quando não parece irritadiço, está atuando como assessor de políticos. Os outros, mera firula.
Ligo
Em Aline Aguiar e Giovanni Spinucci, das afiliadas da Globo em Minas Gerais e no Maranhão, responsáveis pela apresentação do Jornal Nacional do último sábado (23). Todos os jornalistas escolhidos para o rodízio que celebrou os 50 anos do noticiário mostraram-se aptos para voos maiores; Taís Lopes, do Ceará, acabou contratada pela CNN Brasil. Prova inconteste da excelência do jornalismo da Globo, Brasil afora.
Aline e Giovanni, porém, enfrentaram um plantão especialmente difícil, com as coberturas da vitória do Flamengo na Libertadores e da morte de Gugu Liberato, o JN de sábado foi submetido a todo instante às intervenções de repórteres ao vivo, além de ter sua duração consideravelmente ampliada. Os apresentadores acompanharam o ritmo frenético, com habilidade, preparo e talento. Merecem atenção da rede.
Desligo
O papelão de Rodrigo Faro no último domingo. Choroso, ele chamou um dos VTs em homenagem a Gugu Liberato; acreditando, possivelmente, estar fora do ar, Faro mudou o semblante e questionou a produção sobre a audiência – certamente, ansiando levar vantagem sobre Eliana, que tem arrebatado a vice-liderança domingo sim, domingo também. As redes sociais não perdoaram. Com razão.
Não é de hoje que Faro demonstra apego aos números. Quando estava confortável na segunda posição, alardeava seus feitos web afora. Antes mesmo do jogo virar, melindrou-se com Eliana, deixando de segui-la nos Instagram. Em sua despedida de Gugu, Faustão destacou o fato de serem concorrentes, não inimigos. Agiam como adultos. Já Faro é criança que perde o pênalti e decide levar a bola embora.
Fecha a conta
Em meio à repercussão da morte de Gugu Liberato, Leo Dias tratou de buscar holofote, usando as redes sociais para avisar os fãs acerca de uma mudança profissional. Leo pediu seu desligamento do Fofocalizando e do SBT. Há quem acredita que sem ele, e suas exclusivas, a atração tende a perder muito.
Vou na contramão. Talvez o Fofocalizando ganhe bastante sem o disse-me-disse que Leo tanto gosta. Sem as queixas públicas dele com relação à produção e os melindres envolvendo colegas como Lívia Andrade. Com ele, o programa vem repercutindo apenas por isto; as exclusivas não geram o mesmo burburinho que as intrigas de bastidores.
Já disse aqui e repito: o grande atrativo do quadro A Hora da Venenosa, inspiração do Fofocalizando, era a harmonia entre Fabíola Reipert e seus colegas Renato Lombardi e Reinaldo Gottino – algo que também não vemos agora com Geraldo Luís. Mais do que exclusivas, o vespertino precisa de paz interior.
Duh Secco é "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.