Pela primeira vez depois da pandemia da Covid-19, aconteceu uma versão inédita do Visitando o Passado, quadro do Caldeirão do Huck que reconstrói casas dos famosos. Iza foi a primeira protagonista da vez, num momento emocionante na Globo, falando do passado e até da época em que sofreu racismo.
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O local revisitado foi o lar em que passou a maior parte da infância, em Natal, capital do Rio Grande do Norte. A cantora resumiu essa fase de sua vida: “Eu tive uma infância muito feliz. Eu morei uma parte da minha infância em Olaria, na Zona Norte do Rio. Depois, fui morar em Natal, no Rio Grande do Norte. Meu pai era militar, então ele foi transferido na época e nós fomos. Foi uma infância muito gostosa. Perto da praia, morava em uma vila, era um lugar seguro, então ficava na rua até… Recordações incríveis. Me sinto uma criança abençoada“.
“Meu Deus, que inacreditável! O número da minha casa, 32, a calçada… Nossa, gente, isso é muito louco! Eu não estou acreditando nisso! É surreal, de explodir a cabeça, são muitos detalhes“, disse a técnica do The Voice Brasil, impressionada com a riqueza de detalhes. “Quem diria, minha filha, que tanta brincadeira ia te levar para onde você está hoje?“, questionou a mãe da cantora. “Eu não diria. Se pensasse que ia participar de algum negócio do Luciano, ia pensar ‘Lar Doce Lar’, um ‘Lata Velha’, por exemplo“, brincou a artista, ao ver a réplica do Monza do pai.
A mãe de Iza descreveu como a filha aproveitava os espaços da casa, mostrando que o interesse pela música vinha de cedo: “Aqui era o camarim dela, deixava de ser a minha cozinha, aliás, ela dominava muito todos os espaços da casa. Aqui era o camarim e a garagem era o palco. Ela mesma se anunciava e apresentava“.
Apesar dos momentos felizes, a matriarca da família tocou no assunto da discriminação racial que a família sofria: “Eu tive dificuldade de arranjar uma escola para ela, uma escola que fosse acolhedora, que a diferença de raça não fosse um problema“.
Iza explicou mais detalhadamente: “Como era uma escola particular e eu tinha me esforçado para isso, era bolsista, a minha mãe sabia que eu ia ser uma das únicas meninas negras da escola, que eu não ia encontrar pessoas semelhantes a mim, e já sabia por ser professora que eu podia ser vítima dessa maldade, dessa ignorância, que é o racismo. Lá pelos meus oito anos, eu perguntava: ‘por que está todo mundo me olhando?’. Minha mãe falava: ‘é porque você é muito bonita’. Por determinado tempo, achei que era isso mesmo“.
Por fim, a cantora contou como virou a página, antes de alcançar o estrelato em sua carreira: “Mas, depois, eu entendi de onde vinham determinados comentários. Ela [mãe] me ensinou a nunca deixar isso [comentários racistas] passar“.
Oficialmente redator desde 2017. Experiências como editor e social media. Já escrevi sobre famosos, TV, novelas, música, reality show, política e pauta LGBTQIA+. Vídeos complementares no YouTube, no canal Benzatheus.