Jornal dos EUA destaca novelas da Globo como “resistência” a Bolsonaro

Bolsonaro e Globo

Novelas da Globo e Bolsonaro viraram alvo de matéria de jornal dos EUA (Imagem: Reprodução / Globo)

As novelas brasileiras e Jair Bolsonaro foram destaque na imprensa dos Estados Unidos. O jornal Washington Post escreveu o texto “No Brasil de Bolsonaro, novelas são parte da resistência”, e destacou novelas da Globo que batem de frente com as opiniões e ideias do presidente da República.

Entre os exemplos citados pelo jornal norte-americano está “Malhação – Toda Forma de Amar”, que fala sobre homossexualidade, “Órfãos da Terra”, atual novela das 18h que narra a história de refugiados, e até a série “Aruanas”, que conta a história de um grupo de ativistas que investigam crimes na Floresta Amazônica. A trama está disponível apenas para os assinantes do Globoplay, a plataforma de streaming da Globo.

A publicação afirmou que os temas debatidos nas novelas da Globo confrontam várias ideias levantadas pelo presidente da República durante as eleições de 2018. Daniela Ortega, pesquisadora do centro de estudos de telenovelas da USP foi entrevistada para a matéria. A profissional destacou que “a imprensa está enfrentando uma época delicada, sendo desacreditada e acusada de inventar notícias quando elas não coincidem com o que alguns espectadores querem que seja verdade”.

“Mas a ficção tende a ver estes tópicos de uma forma que é mais suave, menos impositiva. No momento que você se identifica com os problemas dos personagens, você vê o mundo com olhos diferentes”, argumentou. As informações são do UOL.

O Washington Post lembrou outras produções da Globo que levantaram discussões sociais, como “Cheias de Charme” (2012), um ano antes de leis trabalhistas para empregadas domésticas serem aprovadas e “Mulheres Apaixonadas” (2003), que abriu espaço para o diálogo e posteriormente a criação de leis de proteção aos idosos.

O texto aponta que as novelas atuais não têm promovido apenas “valores progressistas” e afirma que o intuito de algumas classes do país ajudou a divulgar “valores conservadores, individualismo e o medo da violência que ajudaram a levar Bolsonaro ao poder”, citando “Segundo Sol”. A novela exibida em horário nobre no ano passado foi criticada abertamente sobre vários aspectos, entre eles pela falta de atores negros em uma trama que foi gravada em Salvador.

Da Redação
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