Letícia Colin se posiciona sobre liberação da cannabis e fala de Casagrande

Letícia Colin

Letícia Colin falou sobre a descriminalização das drogas (Imagem: Reprodução / GloboNews)

Letícia Colin, de 31 anos, esteve em um bate-papo sobre dependência química na GloboNews, nesta quinta-feira (26), e falou sobre a experiência da sua personagem que sofre com vício em drogas, na série Onde Está Meu Coração, do Globoplay.

A famosa aproveitou e criticou a sociedade por tratar o assunto com preconceito, sugeriu a liberação da cannabis para ajudar a saúde e elogiou Walter Casagrande Jr., que também estava no debate.

“Me identifico profundamente com o dependente químico no ponto de partida. Essa sensação relatada muitas vezes de solidão, insegurança, nervosismo e ansiedade social, eu reconheço tudo isso em mim”, afirmou a artista.

Letícia Colin, então, destacou: “Como eu sou uma pessoa que trato há muito tempo o transtorno de humor, ansiedade e depressão e sou usuária de drogas regulamentadas e regularizadas, os remédios, eu me sinto muito na mesma”.

“Inclusive, eu acho que a questão da droga a gente olha por uma ótica moralista, irônica, muito preconceituosa e, na verdade, cada um encontra uma maneira de lidar com a sua tristeza, com a sua compulsão, dificuldade de viver, essa superação”, disparou ela.

A atriz, que passou alguns dias na Cracolândia, em São Paulo, para conversar diretamente com quem sofre com o vício em drogas para a construção da personagem, seguiu com o seu desabafo.

“Quando eu tive na Cracolândia passando aquela experiência de alguns dias conversando com usuários e conhecendo as suas histórias, eu me senti de igual para igual. Isso é uma quebra de paradigma muito importante pra mim e acho pra nossa sociedade”, ressaltou ela.

A famosa comentou: “Não é nos colocar, me incluo nesse grupo por ser uma pessoa que usa medicamentos por transtorno de humor, à margem dessa discussão, mas, sim, no centro da discussão. Todos nós estamos no centro. Esse momento da mudança precisa acontecer. Não só o homem branco eurocêntrico, mas todos nós. O centro se alargou e todos nós com todas as nossas diferenças e com as nossas vulnerabilidades. Droga é uma questão de saúde e não de polícia”.

Letícia Colin também se emocionou ao falar que existem caminhos para buscar a cura da dependência química e elogiou o ex-jogador de futebol pela força para dar a volta por cima.

“Vivemos em uma sociedade que a gente tem medo de ser frágil, medo de ser triste e medo de acolher e falar sobre isso. Por isso, é tão revolucionário e emocionante quando o Casagrande vem aqui, ele que é nosso herói. Ele é tão herói que a vida inteira todo mundo na minha casa é Palmeiras ama o Casagrande, entendeu? Realmente, essa coisa do mito, você é o verdadeiro mito. Único. São os atletas do esporte que a gente reverência”, afirmou.

No encerramento de sua participação, ela lamentou a fase de ódio e ataques gratuitos nas redes sociais e propôs a reflexão de que a descriminalização das drogas seria benéfica:

“Nessa fase de muito ódio que a gente tá vivendo politicamente e da não aceitação da diferença, isso adoece a nossa sociedade. O Brasil está ficando doente porque não tem espaço para as nossas diferentes, o feminino, o negro, os índios. Então, por isso, dessa dor vem o grande escape para as drogas. A liberação da cannabis e a descriminalização das drogas iria muito a reduzir de mortes de jovens no tráfico e potencializar tratamentos”.

Luiz Fábio Almeida
Escrito por

Luiz Fábio Almeida

Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]

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