Malu Mader e Tony Bellotto são um casal há mais de 30 anos, e o laço entre os dois ainda é latente. Em uma live do canal Sempre Um Papo, de Afonso Borges, os dois falaram sobre momentos em família e o amor que nutrem pela literatura, além de questões da pandemia.
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“No começo da pandemia, quando a gente foi completamente surpreendido, ficou entristecido, assustado e não sabia o que vinha pela frente, todo mundo ficou com uma tristeza diferente, que não é só nossa, é de todo mundo e acaba tomando conta. Muita gente com problema de depressão, com a saúde mental abalada… E minha vinha à cabeça essa coisa do Sentimento do mundo (livro de Carlos Drummond de Andrade). Na época, me deu um branco (…) E, claro, é do Drummond. Nestes dias que antecederam, a gente ficou muito em contato com o Drummond, muito apaixonado, pirado com a obra dele. Ficamos lendo poesias, aproveitamos o dia dos namorados para ler as poesias de amor“, disse a atriz.
Em seguida, ela completou: “Acabei lendo também os meus filhos, que estavam com livro perto. A gente leu algumas juntos. Então, foi bem legal esse contato. A gente ficou particularmente apaixonado por essa poesia, Sentimento do mundo, que é um livro dele exatamente de um período em que estava muito abatido pela guerra, com um espírito pós-guerra“.
Já Bellotto, que é guitarrista e escritor de livros como Bellini e A Esfinge e Lô aproveitou a oportunidade para revelar uma curiosidade sobre os pombinhos que, às vezes, trabalha junto. “Malu é sempre minha primeira leitora. E ela tem um talento muito grande, que as pessoas não conhece, como editora. Ela poderia ser uma grande editora de livros. Essa vivência dela da dramaturgia, um conhecimento de literatura. Ela tem um ouvido para diálogos e me ajuda muito nos diálogos“, revelou.
A artista relembrou ainda quando eles começaram a paquera. “Logo que a gente começou a paquerar, a gente foi à praia aqui no Rio e ele estava com um livro chamado Jardim do Éden. Eu fiquei muito atraída por aquilo. Um roqueiro leitor, trouxe o livro para a praia… Achei bem interessante aquilo. Ainda Jardim do Éden, muito sugestivo e tal (risos). Fiquei muito enfeitiçada. Ele foi malandro de levar aquele livro para a praia. Sempre me encantou que ele gostasse muito de ler, que a gente tinha gostos parecidos e tal…“, disse.
Em resposta, o marido confidenciou que é do tipo que se resguarda para escrever, então a artista respondeu: “É impossível para uma pessoa casada comigo ficar escondida. Porque minha família invade geral. E ele teve que, gostando de mim e eu gostando dele, a gente dar uma equalizada. Teve que um ir em direção ao outro. Porque na minha casa é impossível. Na minha casa, toda semana tem um aniversário. Não sei como ele conseguiu escrever estando casado comigo. Realmente. Coitado! Ele não é chato, não. Sempre presente com os filhos. Minha mãe, quando era viva, e ela perdeu a mãe com 2 anos, dizia: ‘Se eu tivesse que escolher uma mãe, sabe quem eu escolheria?’ Eu ficava toda achando que era eu.. E ela dizia: ‘O Tony!'”.
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