Manoel Carlos fala sobre “Helenas” e explica o Leblon como cenário de suas novelas

Manoel Carlos
Manoel Carlos conversa com Pedro Bial na Globo (Imagem: Reprodução / Globo)

Ligado diretamente com a história da TV brasileira, com envolvimento em programas como Família Trapo, Essa noite se improvisa e Hebe Camargo, além das várias Helenas em suas novelas, Manoel Carlos deu detalhes sobre o seu relacionamento com o Leblon e como desenvolveu todas as suas protagonistas.

Christiane Torloni, Regina Duarte, Vera Fischer, Maitê Proença, Taís Araújo e Lilian Lemmertz são nomes consagrados da TV também pelo dedo do veterano, que viu a telinha mágica ser lançada no país quando tinha 17 anos. “Durante a novela, se dilui ou acrescenta também. É uma pessoa generosa, apaixonada por qualquer coisa, inclusive por qualquer homem”, afirmou sobre as personagens.

“As pessoas me perguntavam na rua: ‘Foi sua namorada, sua amante? Eu digo: ‘Não!’. Podia parecer que era alguém da família, mas não era, não”, garantiu ele, que criou suas histórias no Leblon, talvez o bairro mais famoso do país graças a Maneco. “Eu escolhi o Leblon porque eu conheço o Leblon. Andava diariamente de mãos dadas com meu filho”, contou.

“As pessoas se incorporam com à ficção, batiam na porta como em Laços de Família pra saber se tinha apartamento pra vender, para morar no apartamento da Helena”, recordou o famoso, que deixou a TV após Em Família (2014).

Primeiro diretor-geral do Fantástico, o Conversa com Bial resgatou momentos históricos da vida do dramaturgo, como uma foto rara em companhia das irmãs quando se podia nadar no Rio Tietê. “Eu não era um menino levado, eu era absolutamente maluco”, confessou.

O autor falou sobre a perda de três dos seus herdeiros, e aconselhou aqueles que atravessam um momento semelhante: “Sofram muito. Não há o que fazer, não há remédio para o luto. Dizem que o tempo apaga tudo, mas eu não quero esquecer, não quero apagar tudo. Cada morte foi uma apunhalada e não deu para disfarçar. Parei de escrever”.

Emocionado, Manoel falou a Bial que o seu maior orgulho são os filhos. “Nesse momento posso dizer que meus filhos mortos me dão grande orgulho, como deram vivos”, manifestou.

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