Marcelo Crivella usa o “Balanço Geral” e o “Jornal da Record” para atacar a Fundação Roberto Marinho
Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB) fez uma grave acusação contra a Fundação Roberto Marinho e promoveu duros ataques à Globo e seus jornalistas. O sobrinho do bispo Edir Macedo acusou a emissora carioca de ter recebido do governo anterior mais de R$ 200 milhões sem licitação.
“No governo anterior, R$ 214 milhões foram dados à Fundação Roberto Marinho”, contou Crivella em entrevista ao “Balanço Geral RJ”, da Record, de propriedade de seu tio. O político comparou o valor dado pelo governo à Fundação da família Marinho com o que gastou no último desastre das chuvas no Rio.
“Eu gastei, pra salvar vidas, R$ 50 [milhões]. A Fundação Roberto Marinho, não me consta que tinha estado de calamidade pública, nem que tinham vidas em risco e recebeu R$ 214 milhões da Prefeitura para fazer consultorias, uma delas em projetos de arquitetura e obras de engenharia”, argumentou.
Marcelo Crivella explicou que os R$ 214 milhões foram de contratos de consultoria. “Não são obras, são contratos de consultoria no valor de R$ 214 milhões, do governo passado. Isso precisa, sim, ser investigado”, avisou.
Eduardo Paes foi o antecessor de Crivella no comando do município. “É muito importante que a população do Rio de Janeiro saiba por que não foi feito um processo de licitação que baixa o preço. Foi dado ao preço que eles apresentaram. Aí sim nós vamos estar tendo transparência”, alfinetou.
“Que vidas foram salvas em processos sem licitação pra contratação de consultoria no Museu do Amanhã, por exemplo, ou no MAR, Museu de Arte do Rio, ou em outras obras que foram feitas?”, questionou. “Isso é o que as pessoas, a imprensa e o povo querem saber. Pau que dá em Francisco, dá em Chico. Eu tive razões de fazer sem licitação, agora eu quero saber quais foram as razões deles”, apontou.
O prefeito virou alvo do jornalismo da Globo por conta de vários episódios envolvendo sua administração no Rio, entre elas o gasto de R$ 50 milhões sem licitação por causa do estado de calamidade pública que viveu a cidade durante a temporada das chuvas.
“É uma estupidez você querer, nas condições que nós estávamos de emergência, de risco de vida, com a [avenida] Niemeyer desabando, nós fazermos um processo licitatório. Tinham pessoas morando logo acima. É claro que a Rede Globo não tá afeita a isso, não é a vida deles”, ironizou.
Em seguida, Crivella citou nomes do jornalismo da Globo: “Não é a vida do [Flávio] Fachel , não é a vida da Mariana [Gross], não é a vida da Ana Luiza [Guimarães], não é a vida do Edimilson [Ávila] que está em risco. Então é fácil. Queria ver se eles morassem no morro, se eles iam querer ou não que a Prefeitura entrasse de maneira emergencial pra salvar a vida deles”.
No “Jornal da Record”, à noite, uma reportagem de quase quatro minutos sobre o dinheiro dado pelo governo à Fundação Roberto Marinho foi exibida. “A farra dos contratos sem licitação foi denunciada pela prefeitura do Rio”, declarou a Record.
A matéria revelou indícios de que a construção de uma escola dentro do Museu de Arte do Rio foi paga à Fundação Roberto Marinho com dinheiro desviado da merenda escolar das escolas da rede municipal. Além dele, mais 14 contratos com a fundação serão investigados. Somados são R$ 214 milhões em contratos suspeitos sem licitação.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].