O Governo Bolsonaro acompanhou atentamente a matéria bomba da Globo exibida no JN da última sexta-feira (15), que colocou em xeque as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ministro Augusto Heleno, chefe do GSI, não escondeu seu descontentamento pela reportagem, e a chamou de “mal elaborada” e “maldosa”.
VEJA ESSA
Em nota enviada ao telejornal da Globo, o general disse que “a matéria é mal elaborada e uma tentativa de fazer uma reportagem maldosa contra o Presidente da República usando como exemplo a promoção do General Sá Corrêa, recém-nomeado Comandante da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, de Pelotas-RS”.
Na reclamação, Heleno esclareceu que o “Coronel Sá Corrêa foi selecionado pelo Alto Comando do Exército, por seus méritos, para integrar a lista de escolha que seria levada ao Presidente da República. E que o Presidente não participa das reuniões de promoção de oficiais generais, que acontecem no Alto Comando das três Forças”.
O auxiliar do “capitão” deu uma nova versão da reunião ministerial de 22 de abril. O veterano lembrou que o “presidente citou, apenas como exemplo, uma troca que desejasse realizar, na segurança pessoal dele”.
Contra a reportagem, o ministro prosseguiu: “E que, caso houvesse qualquer oposição a essa troca, na ponta da linha, ele poderia chegar até a demitir o ministro para que sua decisão fosse cumprida”. Ele destacou que a fala de Bolsonaro foi “para os ministros, e não em público”. Por fim, Augusto Heleno concluiu que o presidente “não se referiu a nenhum caso real que houvesse ocorrido com sua segurança pessoal”.
Em resposta, a Globo se defendeu e apontou que “a versão do presidente sobre o que disse na reunião ministerial de 22 de abril não encontra respaldo na realidade” e enfatizou que, como mostrou o Jornal Nacional, “o presidente não teve dificuldades em fazer trocas no departamento responsável por sua segurança”.
Na manifestação, a emissora registrou que “o ministro Augusto Heleno não esclareceu por que motivo o presidente se viu compelido a dar esse exemplo” e finalizou: “A dúvida permanece”.
Confira a resposta na íntegra:
“A nota do ministro do gabinete de segurança institucional Augusto Heleno confirma integralmente o que o Jornal Nacional publicou. Que o antigo titular da direção de segurança pessoal da presidência, o então coronel Sá Correa, foi promovido a general de brigada por escolha do presidente Bolsonaro. E que o substituto escolhido foi o número dois do departamento. Em nenhum momento, o Jornal Nacional questionou os méritos do general Sá Correa.
Quis apenas mostrar que a versão do presidente sobre o que disse na reunião ministerial de 22 de abril não encontra respaldo na realidade. O presidente reiteradas vezes afirmou que se referia à segurança dele, de sua família e de seus amigos, quando disse que tentou fazer mudanças na segurança do Rio e não conseguiu.
Como mostrou o Jornal Nacional, o presidente não teve dificuldades em fazer trocas no departamento responsável por sua segurança. Promoveu o titular, substituiu-o pela seu adjunto e também trocou a chefia do escritório no Rio. Sem dificuldades.
Por fim, é de se destacar que a frase do presidente Jair Bolsonaro na reunião ministerial de 22 abril ganha agora mais uma versão. Segundo o ministro Augusto Heleno, o presidente, ao mencionar a segurança no Rio, quis dar apenas um exemplo sobre o que faria caso quisesse realizar uma troca no setor e encontrasse oposição: poderia chegar até a demitir o ministro para ver a sua decisão cumprida, não tendo o presidente se referido a nenhum caso real que houvesse ocorrido. Registre-se também que o ministro Augusto Heleno não esclareceu por que motivo o presidente se viu compelido a dar esse exemplo.
A dúvida permanece.”
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].