Se hoje Galvão Bueno faz “tabelinha” com Walter Casagrande, no ano de 1994 o narrador tinha como parceiro Pelé nas narrações da Copa do Mundo pela Globo. Mas um momento épico deixou a relação entre eles abalada. É este episódio que vamos tirar “Do Fundo do Baú” na coluna de hoje.
Quem não se lembra do clássico vídeo do narrador gritando “é tetra” aos pulos e abraços com o Rei do futebol? Naquela mesma época, dias antes da vitória da Seleção Brasileira no Mundial, um vídeo do Galvão Bueno detonando o colega de trabalho vazou na imprensa. No momento, ele conversava com o diretor de transmissão a respeito do Pelé.
Nas imagens vazadas, depois do empate do Brasil contra a Suécia, os dois gravavam os comentários pós-jogo e o veterano das narrações corrigia o ex-jogador para falar “mais curtinho”. Em seguida, no entanto, no papo com o diretor, ele reclamou: “Vocês falavam pro Pelé parar de falar. Só se eu matar ele [Pelé], ele mete a mão no microfone, abre e fala. Quem contratou, conversa, pô”.
“Você vai me enlouquecer. Eu vou dar com a marreta na cabeça dele. Vou fazer o quê? Eu no ar não posso falar. O que acontece é que estou fechando o microfone dele. É a única tática. Eu fecho, ele vai e abre de novo. Como eu faço?”, questionou Galvão, visivelmente “p da vida”.
Assista ao episódio épico:
Contratação de peso
O acordo com ninguém menos que Edson Arantes do Nascimento como comentarista da Globo aconteceu quatro anos antes da Copa de 94. Na época, Pelé chegou a se reunir com Roberto Marinho, que era o presidente das Organizações Globo, para assinar o contrato. A ideia de chamá-lo para a emissora partiu de José Bonifácio de Oliveira, conhecido como Boni.
Ao lado de Galvão Bueno, o Rei do futebol acompanhou todos os jogos do Brasil nos Estados Unidos. Ele chegou a se emocionar e comemorar, ao vivo, o título conquistado nos pênaltis sobre a Itália. E não era por menos, afinal de conta ele esteve em campo nos três primeiros títulos mundiais do Brasil, em 1958, 62 e 70.
E aí, gostou? A coluna “Do Fundo do Baú” já mostrou outros momentos inesquecíveis da televisão brasileira, como quando Sonia Abrão ficou “p da vida” e furou um link do Faustão, ou quando Clodovil rasgou o verbo, atacou a Record e conseguiu calar o apresentador.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]