Fábio Porchat falou abertamente sobre o seu passado preconceituoso e como encarou o bullying na adolescência. Em conversa com Pedro Bial, Porchat destacou que era um rapaz “racista, homofóbico e machista”.
“Eu era horrível. Lógico que eu era um adolescente racista, homofóbico, machista, total, contava piadas racistas das piores. É importante que a gente perceba que acabou. Era bom pra mim, pra você, homem branco, hétero. Pro resto da população era uma merda”, argumentou. “Fiz brincadeiras que machucaram pessoas, como também fui machucado. Hoje as coisas estão mudando”, completou.
O famoso apontou o que o fez mudar: “Eu fui me dando conta, entendendo, ouvindo o que as pessoas têm a dizer. Pode ser que na sua realidade não tenha racismo, não haja pessoas passando fome, mas a do país é outra realidade”.
Porchat também encarou o bullying com termos pejorativos sobre a sua sexualidade. “Sempre sofri muito bullying de ‘viadinho’. Até hoje. Mas, quando você é criança, é a pior coisa que pode acontecer no mundo”, lembrou. “Depois de adulto, eu entendi que ser chamado de gay não é problema porque não é problema de caráter. Quando chamam de ladrão, de safado, aí que é problema”, destacou.
Antes do comando do “Programa do Porchat”, na Record, o artista buscou nomes de gabarito para ajudá-lo na formação de apresentador. Entre eles, Marília Gabriela. “A Marília Gabriela falou uma das coisas mais incríveis: ela botava no programa dela o convidado para sentar em uma cadeira ruim. Para ele ficar desconfortável e em nenhum momento tranquilizar, para ficar incômodo, tirar da zona de conforto”, confessou.
“Quando eu fui começar o talk-show, liguei para algumas pessoas. Falei com a Marília Gabriela, Luciano Huck, Jô Soares, Luciana Gimenez para entender como que era. Foi muito bacana porque todos me receberam muito bem”, recordou.
Fábio Porchat, a partir de 6 de agosto, estará à frente do “Que História é Essa, Porchat?”, novo programa do GNT. “Todo lugar a gente vê opinião, é um negócio de louco. As pessoas estão querendo ‘lacrar’ o tempo inteiro. Nas redes sociais, no programa. Antigamente se lacrava muito em talk show, agora estão lacrando 10h30 da manhã na Fátima [Bernardes], na Luciana Gimenez, na internet…”, enumerou.
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“A gente está vendo muita opinião, e o melhor de tudo são as histórias que a gente conta. Opinião política, machismo, feminismo, aborto, Bolsonaro, e o que eu quero é história”, continuou.
“Eu adoro contar e ouvir histórias. No fundo, todo mundo tem uma história boa para contar e comecei a perceber que famosos e anônimos têm histórias ótimas, interessantíssimas… Vale qualquer história. Pode ser triste, de assalto, de roubo, de ‘perdi meu filho'”, afirmou no “Conversa com Bial”.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].