Regina Duarte fala de feminismo, defende Bolsonaro e desabafa na Globo

Regina Duarte
Regina Duarte falou de apoio a Jair Bolsonaro (Imagem: Reprodução / Globo)

Regina Duarte falou abertamente sobre as polêmicas que a cercaram nos últimos meses, desde o seu apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro, até os ataques que tem sofrido na web ao ser chamada de “fascista”, anos após ser definida como “terrorista”.

No “Conversa com Bial”, a atriz lembrou das eleições de 2002 por causa dos ataques. “Em 2002, fui chamada de terrorista e hoje sou chamada de fascista. Olha que intolerância. E eu achando que estava vivendo em uma democracia, onde tenho direito de pensar de acordo com o quero, onde respeito quem pensa diferente de mim, não xingo ninguém”, desabafou.

Declaradamente defensora de Bolsonaro, Regina ficou “fascinada” pelo atual chefe de Estado e viu traços que a fizeram lembrar do pai, um militar. A atriz não escondeu o seu lado conservador. “Embora tenha tido atitudes de vanguarda, sempre fui e continuo conservadora”, afirmou. Questionada sobre o atual governo, Duarte brincou: “Mas eu seria louca se eu avaliasse alguma coisa”.

Pedro Bial recordou “Malu Mulher”, série protagonizada por Duarte na década de 70. A história foi cogitada na época por uma questão social. “Os desquites tinham triplicado em 1977. Isso chamou a atenção de Boni e Daniel [Filho]: existia uma nova mulher na sociedade e era necessário falar dela”, recordou.

Mesmo com o papel, a famosa nunca se declarou uma feminista: “Eu nunca me declarei feminista, mesmo fazendo Malu. Eu achava que não era por aí, que tinha caminhos intermediários, que tinha que negociar mais, que não podia se afastar do homem”.

Regina Duarte contou que na época da trama namorou Daniel Filho. “O que aconteceu? Eu namorei o Daniel, eu me apaixonei profundamente. Ele veio com uma coisa que eu queria na vida, na arte, eu estava buscando uma paixão, saindo de um casamento”, confessou.

No final da série a artista ficou mal, mas não aprovava o jeito de Malu: “Eu estava achando ela muito chata, muito autoritária, muito dona da verdade, muito feminista. Aquilo que eu nunca quis ser”. O sucesso estrondoso do programa não foi aprovado por uma parcela da população. Um homem, certa vez, a parou durante uma ponte aérea. “Diziam que eu estava subvertendo a família brasileira”, disparou.

Intitulada a “namoradinha do Brasil”, a atriz disse que hoje não faltam namoradinhas. “Não faltam namoradinhas. Só que não tem ‘a’ namoradinha”, opinou. “O que não acontece mais hoje com as atrizes. Hoje as atrizes fazem todo tipo de papel: boazinha, vilã, maquiavélica”, completou.

No ar no “Vale a Pena Ver De Novo” com “Por Amor”, Regina Duarte não poupou elogios à filha, Gabriela Duarte. “Que show que ela está dando. Eu estou revendo agora… Eu tenho muito pena da Helena e da filha também. O quanto que uma mentira pode destruir. Ela achava que estava construindo em nome do amor, uma coisa boa para a filha. Não. Ela se condenou a um sentimento de culpa”, argumentou.

Em breve, a global pretende lançar uma autobiografia. “Para mim, tem coisas que eu gostaria de rever com um pouco mais de densidade e acrescentar umas coisas mais contemporâneas, que tem me acontecido nos últimos tempos”.

Daniel Filho garante que “Malu Mulher”, de Regina Duarte, não votaria em Bolsonaro

Daniel Filho destacou em entrevista que a personagem Malu, de “Malu Mulher” (1979), interpretada por Regina Duarte, não votaria em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. O ex-diretor da Globo aproveitou o momento e questionou a atual postura política de Regina, com quem já foi casado.

O ator lembrou os motivos que levaram à escolha de Regina Duarte para o papel principal. “A escolha de Regina Duarte era muito importante para mim. Como ela era tão querida como a menina, a namoradinha da novela das oito, eu queria colocá-la como uma desquitada, tomando porrada do marido. Isso ia tocar direito nas pessoas. Briguei bastante para que ela fizesse o papel”, revelou ao jornal “Folha de São Paulo”.

O ex-global afirmou que Regina recusou a personagem porque não queria ficar longe dos filhos. Na época, a atriz morava em São Paulo e as gravações aconteceriam no Rio: “Boni a convenceu e a série foi um sucesso imediato“.

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Paulo CarvalhoPaulo Carvalho
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].