Repórter da CNN Brasil revela ter sido vítima de racismo durante trabalho

CNN Brasil
Jairo Nascimento, repórter da CNN Brasil no Rio de Janeiro, foi vítima de racismo estrutural em duas ocasiões no mesmo dia (Imagem: Reprodução / Instagram)

Repórter da CNN Brasil no Rio de Janeiro, Jairo Nascimento desabafou, através da ferramenta IGTV de seu Instagram, sobre dois episódios de racismo que sofreu na última segunda-feira (12). No primeiro, um policial apontou um fuzil para a cara de Jairo; no segundo, o jornalista foi “confundido” com um manobrista. Em tais ocasiões, exemplos de racismo estrutural, Nascimento estava a serviço do canal de notícias.

Estávamos saindo com a equipe logo cedinho para trabalhar. O carro andou mais ou menos uns 30 metros. Logo veio uma viatura, mandou que a gente parasse, com a sirene ligada e tudo mais. Quando descemos do carro, os policiais nos apontavam um fuzil. Inclusive, bem na minha cara. A abordagem só parou porque o cinegrafista desceu com a câmera e eu desci com o microfone”, relatou Jairo Nascimento.

Aí, naquele momento, o policial viu e mandou que encerrasse aquela situação. Agora, eu faço algumas perguntas: será que naquele momento houve alguma informação de roubo de carro do mesmo modelo, com a mesma cor e a mesma placa? Eu acho que não. Será que houve alguma outra situação? O carro estava em baixa velocidade, os vidros estavam abertos, algum tipo de atitude suspeita a não ser a cor das três pessoas que estavam dentro do carro?”, prosseguiu o repórter.

E essa já é a segunda vez que isso acontece quando nós, os três pretos, saímos na mesma equipe. O nome disso é racismo estrutural, pois as pessoas não admitem o fato de três negros estarem dentro de um carro legal”, sentenciou Jairo, antes de entregar detalhes de outra situação do tipo, ocorrida no mesmo dia.

Estava aguardando a equipe chegar, de terno e gravata, do jeito que a gente se apresenta na televisão, e uma pessoa pergunta se eu estava fazendo serviço de manobra dos veículos. O problema é ser manobrista do carro? Obviamente que não, é um trabalho honesto, mas será que as pessoas negras só podem fazer este tipo de trabalho?”, indagou.

Será que elas não podem estar em outra situação? Será que elas não podem um dia ter cargo de chefia, de análise, qualquer outra situação, ou apenas devem ser prestadores de serviço em todos os ambientes”, lamentou Nascimento. “Nós, negros, não devemos e não vamos mais aceitar esse tipo de situação”, decretou o jornalista.

Fica o recado para você que, às vezes, faz isso sem pensar, sem perceber, ou para você que é racista. E todo racista merece cadeia”, concluiu Jairo Nascimento, que, antes de ingressar no time da CNN Brasil, acumulou passagens por Globo, Record e SBT.

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Duh SeccoDuh Secco
Duh Secco é  "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.