Taumaturgo Ferreira fez um grande sucesso com o Zé Venâncio de Renascer, em 1993, mas misteriosamente foi retirado da novela. O ator falou sobre esse “cancelamento” polêmico da época, refletiu sobre a carreira e até mesmo citou a fama de rebelde.
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Hoje com 65 anos, o artista namora há 2 anos a arquiteta paulista Janne Saviano, e em sua vida profissional, estará em breve nos palcos de São Paulo e a partir de 18 de novembro nos cinemas, com o filme Galeria do Futuro.
Numa entrevista ao jornal Extra, Taumaturgo contou que os papéis de galã não eram os seus prediletos, e que preferia interpretar personagens mais expressivos:
“Não gostava de fazer o galã. Top Model, por exemplo, é um trabalho que só fui dar valor depois. Achava chato ser o galã, o máximo que você podia fazer era beijar a mocinha no final. Gosto de fazer palhaçada em cena, fazer personagens mais irreverentes, debochados. Gostei muito de fazer Mandala, por isso”.
Repercutindo o estrondoso sucesso de Renascer, que está sendo reprisada no Globoplay, o famoso associou sua saída inesperada à noção de “cancelamento” que temos nos dias de hoje:
“Foi a novela que me cancelou. Fui cancelado porque me expulsaram de Renascer no capítulo 50 [a novela teve 213]. Na hora eu não liguei porque tinha feito a novela com o máximo de dedicação. Engraçado que quando fui escalado, um astrólogo amigo meu disse que eu ia fazer um trabalho polêmico, só que achei que seria uma polêmica boa”.
Taumaturgo Ferreira descreveu essa fase como um grande despontar do seu trabalho e deu pistas do que teria causado sua despedida da trama de Benedito Ruy Barbosa:
“Minha carreira vinha numa ascensão. Vinha de Araponga, de Top Model, que tinham sido grandes sucessos. Até chegar Renascer, eu estava com moral. Eu vinha nesse movimento. Na novela, meu nome vinha por último: Taumaturgo Ferreira como fulano de tal. Mas o personagem não era muito crível, e se o autor não está entusiasmado com você, em escrever para você, não tem jeito, e me tiraram da novela”.
Além da “geladeira”, o entrevistado ganhou um rótulo de rebelde, mas ele nega e afirmou que sempre foi muito comprometido em seus trabalhos como ator:
“Isso porque eu usava óculos escuros à noite, andava de moto. Nos bastidores, nunca fiz essa linha. Sou o primeiro ator a chegar, não brinco em cena, não faço piada. Quem trabalhou comigo sabe. Eu sempre era chamado por diretores com fama de ser muito rigorosos, como Daniel Filho, Roberto Talma e Walter Avancini, que gostava muito de mim. Eles sabiam o ator que eu era no dia a dia”.
Voltando a citar o sumiço de Renascer, Taumaturgo percebeu que essa fase de sua carreira afetou a sua recepção com os colegas de profissão, mas seguida de uma volta por cima:
“Comecei a perceber que tinha muita gente com raiva de mim. A gente nunca sabe, mas quando você dá uma tropeçada, aparece sempre alguém para chutar cachorro morto. Nas ruas, eu percebia que as pessoas aprovavam meu trabalho. Aquilo refletiu durante muitos anos na minha carreira e percebi que estava cancelado. Demorou muito tempo para passar. Foi o caos na minha vida. Fiquei seis anos na geladeira. Ótimo que depois pude dar a volta por cima. Voltei em ‘O cravo e a rosa’ e depois fiz ‘Celebridade’, as duas grandes sucessos”.
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