Xuxa revela ter sido vítima de abuso sexual na infância

Da Redação

25/11/2019

Xuxa Meneghel

Xuxa revela ter sido vítima de abuso sexual na infância (Imagem: Reprodução/Instagram)

Xuxa Meneghel pegou todos de surpresa nessa semana ao trazer à tona algumas lembranças ruins de sua infância. A apresentadora, em sua coluna na revista Vogue, revelou que dos 4 até os 13 anos foi vítima de abuso sexual.

De acordo com a eterna rainha dos baixinhos, os abusos foram praticados por parentes e também por pessoas conhecidas de sua família.

“Tudo começou muito cedo, eu devia ter uns 4 anos talvez, e morava no Sul com minha família toda. Bloqueei muito sobre esse assunto então eu não sei se é essa data de fato, talvez um ano a mais ou a menos. O que eu me lembro? O cheiro e a sensação…”, iniciou a famosa.

“Minha mãe costumava colocar um edredom no chão depois do almoço e deitar com nós cinco para tirar um soninho na parte da tarde. Eles costumavam nos dar um elixir que abria o apetite. Como sou intolerante ao álcool e sei que este elixir tinha – mesmo que em dose pequena – dormia mais profundo do que meus irmãos. No Sul também era comum misturar vinho com água e açúcar e dar pras crianças, o que também me deixava com mais sono do que o normal”, continuou.

“Minha mãe ficou grávida muito cedo e nunca teve babá, tentava dar de tudo para nós cinco. Hoje em dia, as pessoas podem ver isso como falta de cuidado, mas não foi o caso da minha mãe, que nunca deixaria nada de mal acontecer com um dos cinco filhos dela. Mas aconteceu. Por que eu fui a escolhida? Não sei, mas me lembro de um cheiro de álcool de alguém, uma barba que machucou o meu rosto e algo que foi colocado na minha boca”, disse ainda.

“Acordei dizendo que alguém tinha feito xixi na minha boca e meus irmãos disseram que eu tinha sonhado. Essa foi minha primeira experiência com abuso sexual, que, diga-se de passagem, eu não me lembro direito, mas existiram outros casos…”, declarou.

Posteriormente, Xuxa narrou um outro abuso que sofreu, desta vez, dentro de um veículo: “Me lembro que andávamos de Kombi… Nós crianças íamos atrás. Eu tinha 5 ou 6 anos e os mais velhos eram pré-adolescentes, primos de segundo grau e amigos muito próximos da família. Sentia tocarem em mim, colocavam o dedo, doía, não sabia distinguir o que sentia, por isso não chorava e nem reclamava com ninguém sobre o acontecido”.

“Essa mesma pessoa vinha ao Rio quando eu já tinha entre 9 e 10 anos, e, quando a família dormia, colocava seus dedos por debaixo dos lençóis e me tocava. Nesse tempo, esse parente distante já era um adolescente e sempre que podia me tocava. Por que eu não gritava, não chorava? Não sei!”, disparou.

Em outro momento do texto, a mãe de Sasha contou que também foi vítima de um de seus professores dos tempos de colégio: “Aos 11 anos, meu professor de matemática do colégio Itu, que atendia pelo nome de Mauricio, me chamou depois da aula e, mesmo na frente da minha amiga Yara, ele disse que queria me deixar só de calcinha e colocar nas minhas coxas. Me perguntava: o que seria isso? Foi então que eu vi pela primeira vez alguém se masturbar”.

“No outro dia, ele mandou que eu fosse ao quadro para escrever alguma coisa antes que os outros alunos da sala entrassem. Era hora do recreio, ele disse que isso iria me ajudar nas notas finais. Eu escrevi o que ele queria no quadro e vi que ele se tocava embaixo da mesa, usava uma calça quadriculada e se mexia muito, não entendia muito bem o que ele tava fazendo…”, explicou.

“Foi aí que o ouvi gemer e depois se limpar. Eu perguntei o que tinha acontecido, se aquilo era colocar nas coxas. Ele riu e disse que não, mas que faria isso em mim, que não iria me machucar e que se eu falasse pra alguém sobre o que eu tinha visto ou o que ele havia falado: ‘ninguém iria acreditar, pois entre a palavra de um aluno e de um professor, o professor sempre ganha'”, recordou a loira.

“Cheguei em casa e na hora do jantar, perguntei à minha irmã Mara o que era colocar nas coxas. Ela ficou furiosa e sem me explicar, queria apenas saber quem tinha me falado aquilo. Eu me borrei de medo, mas falei. Foi aí que eu e meu irmão fomos transferidos para o colégio de padre São Judas Tadeu – hoje Santa Monica – e lá tudo melhorou. Por que isso aconteceu comigo? Não sei. Por que não gritei? Por que não falei logo pra minha mãe? Não sei! Não sei mesmo”, prosseguiu.

Após narrar mais alguns casos de abuso os quais foi vítima, Xuxa finalizou a coluna falando sobre a importância de denunciar quem pratica esse tipo de atrocidade: “Nós geralmente não queremos falar, porque é feio, porque não é certo, porque aprendemos que sempre tem que ter um culpado numa situação como essa. E é claro que nos sentimos culpados – eu me sentia culpada apenas por existir”.

“Dos 4 até os meus 13 anos, eu passei por várias situações que me fizeram ter mania de limpeza. Tomo de 3 a 4 banhos por dia, tenho vontade de estar com crianças pois elas não me fariam nenhum mal – isso é coisa de adulto. Hoje, quero emprestar minha voz em campanhas paras crianças que não falam, não gritam e choram sozinhas. Eu preciso fazer isso por elas, já que não fiz por mim”, completou.

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