Yan Boechat, da Band, faz desabafo sobre a possibilidade de morrer na guerra

Yan Boechat
Yan Boechat, correspondente da Band, deixa Kiev por medo (Imagem: Reprodução / Band)

Yan Boechat, correspondente da Band na guerra na Ucrânia, se manifestou sobre o trabalho jornalístico dentro do conflito entre ucranianos e russos. O jornalista admitiu o medo da morte e desabafou sobre a fatalidade ocorrida envolvendo um repórter norte-americano.

Ao UOL, Boechat foi questionado sobre os receios pelo trabalho na guerra e desabafou: “Eu morro de medo. Hoje, por exemplo, estavam caindo muitas bombas em volta da gente. Nesses momentos, não tem muito o que fazer. Tem que manter a tranquilidade”.

Ele continuou: “E aceitar a ideia que pode dar errado. Se você não aceitar a ideia que pode dar errado aí é que pode bater o desespero. Você não aceitar a ideia de que você pode morrer. Você não quer, claro. Mas, naquele momento, não tem muito o que fazer a não ser ficar tranquilo”.

Na entrevista, Yan Boechat seguiu com o seu tutorial de sobrevivência e frisou: “E ter o cuidado de não tomar a decisão errada. Porque é muito fácil tomar decisões erradas nestes momentos”.

Morte de jornalista norte-americano abala Yan Boechat

No último domingo (13), Brent Renaud foi morto com tiro no pescoço enquanto trabalhava na cobertura da guerra. A morte do jornalista americano não foi investigada. O repórter brasileiro destacou: “Ele morreu fazendo o que eu fiz hoje duas vezes”.

“É muito triste porque ele morreu de forma muita estúpida. Ele não estava numa situação de combate, ou na proximidade de um, se arriscando a fazer imagens numa área muito perigosa”, disse. “Não”, reforçou.

“Ele morreu fazendo o que eu fiz hoje duas vezes e fiz várias vezes nos últimos dias e dezenas de jornalistas fizeram. Pegar uma carona e ir até o front, que fica a 5 quilômetros de uma ponte destruída. Os jornalistas vão para a beira da ponte e aguardam a chegada de carros com refugiados, feridos e pegam carona de volta para a Irpin. Foi o que eu fiz hoje”, contou.

“E foi o que ele fez hoje. Onde ele foi morto está longe das tropas russas. Não chegou até a última linha. Foi bem antes”, salientou. Sobre a proteção dos jornalistas dada pela Ucrânia, Yan Boechat comentou:

“Estão, dentro do possível. Guerra é um troço muito caótico e jornalista é um bicho desgraçado. Não adianta eles botarem muita ordem que a gente vai querer entrar. A gente está tendo acesso, as credenciais estão funcionando”.

Yan falou que “o maior problema são os check points controlados por milícias”, e cravou: “Saindo de Kiev, fica um pouco tenso. Quem estava cobrindo a guerra em Mossul, estava do lado do agressor, então é mais seguro. Como você agora está do lado do agredido, e tem muita artilharia, tudo é mais difícil. É um outro tipo de cobertura”.

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